Por: Acimarleia
Correia Silva Freitas
Secretariado Executivo
Resumo
Este trabalho faz uma
análise do Instituto Brandão – IBR, empresa que presta serviço na área de
saúde, buscando identificar nas práticas organizacionais as Teorias da
Administração estudadas por alunos da Faculdade Juvêncio Terra, como uma
prática de pesquisa que atrela a teoria da disciplina de Administração à
realidade empírica das empresas. Como instrumentos metodológicos utilizaram-se
a pesquisa bibliográfica e a observação participante, tendo como instrumento a
entrevista. O estudo evidenciou que no IBR foram encontradas várias
características e abordagens das Teorias, evidências de empresa
considerada de pequeno porte, em evolução e crescimento nas práticas
administrativas, fato que reforça a “diversidade” de teorias encontradas nas
práticas organizacionais do IBR.
Desenvolvimento
À luz das teorias da
Administração estudadas na disciplina Introdução à Administração, alunas da
Faculdade Juvêncio Terra, fizeram uma pesquisa procurando identificar, nas
práticas organizacionais o Instituto Brandão IBR, as teorias da Administração,
a saber: Administração Científica Clássica; Teoria Clássica; O
movimento de Relações Humanas; Abordagem Estruturalista; Abordagem Neoclássica;
Behaviorismo; Abordagem Sistêmica; Abordagem Contingencial; e, por fim,
algumas estratégias modernas de gestão.
A visita ocorreu no
dia l7 de maio 2006, momento em que as acadêmicas foram recebidas pela
administradora da organização para visita e realização da observação
participante, nas atividades desenvolvidas nas práticas organizacionais. Em
outra oportunidade, e como forma de retomada de algumas questões que ficaram
obscuras, foi também utilizada uma entrevista, via internet (SKYPE), com
a administradora do IBR.
A supramencionada
empresa é uma prestadora de serviço na área de saúde, oferecendo serviços em
várias áreas médicas, a saber: Ortopedia / Traumatologia, Neurologia,
Radiologia, Ultra-Sonografia, Tomografia, Ressonância Magnética, dentre outras.
Observou-se a existência de equipamentos tecnológicos de ultima geração, a exemplo
dos equipamentos de Ressonância Magnética e de Oxigenoterapia Hiperbárica,
únicos em Vitória da Conquista e toda região Sudoeste. A Instituição possui a
sua estrutura hierárquica dividida em Diretoria Geral, Direção de Recursos
Humanos e Direção Clínica. A análise da respondente é que há uma demanda
crescente de clientes e a concorrência na área de atuação da empresa é pequena.
A empresa tem como
parceiros os médicos, que são os profissionais que geram os serviços; os planos
de saúde e os hospitais que dão suporte, no caso de haver necessidades como:
Banco de Sangue, Laboratório de Análises Clínicas e UTI (Unidade de Terapia
Intensiva). O IBR acompanha a evolução da medicina e trabalha com uma gestão
participativa, uma vez que todos os coordenadores – das áreas de Faturamento,
de Atendimento/Internamento, de Compras/Manutenção, de Recursos Humanos e de
Enfermagem – apresentam seus projetos juntamente com suas equipes de trabalho e
discutem com a administração as possibilidades de implantação. As funções são
bem distribuídas em um organograma e a política empresarial está vinculada à
capacitação de seus funcionários em seminários anuais e reuniões periódicas de
assuntos afins. Os colaboradores passam por avaliações de desempenho mensais,
sendo que a organização também desenvolve atividades que corroboram a motivação
individual, tais como brindes, gratificação salarial e prêmios anuais, a
exemplo de televisão e viagem.
A empresa encontra-se
em um processo de transição, pois, de uma administração familiar, está
transformando-se em uma administração mais profissional.
Na visão da direção a
situação política/econômica do país não afeta as empresas de maneira igual,
pois isso depende da situação financeira em que se encontra a organização e do
tipo de produto oferecido. Uma das políticas mais importantes dentro de
uma empresa é a forma com que ela se relaciona com o mercado. Se ela tem em seu
quadro de pessoal, colaboradores com facilidade de relacionamento interpessoal,
de negociação e de proatividades, a empresa encontrará formas de sair de suas
turbulências.
Baseado em estudos
literários de Teorias da Administração, percebeu-se que a organização citada
tem aspectos e peculiaridades de algumas Teorias da Administração, a seguir
detalhadas, com a apresentação sucinta de informações de caráter que
justifiquem a ‘opção’ da pesquisa.
Com relação à
capacitação, avaliação de desempenho e valorização dos colaboradores, vê-se
o movimento de Relações Humanas bem evidente nas práticas, a exemplo de
algumas características ressaltadas por Chiavenato (2000), como o nível de
produção é resultante da integração social; o comportamento social dos
empregados; as recompensas e sanções sociais; grupos informais; as relações
humanas; a importância do conteúdo de cargo; e, por fim, a ênfase nos
aspectos emocionais.
Paralelamente,
observa-se, ainda, resquício da Teoria Científica de Taylor, materializado nas
práticas de avaliação do desempenho a partir de gratificações das melhores
equipes e funcionários, demonstrando uma visão do homo economicus,
onde o trabalhador é influenciado exclusivamente por recompensas salariais,
econômicas e materiais (Chiavenato, 2000).
Na estrutura do
organograma utilizado pelo IBR verifica-se a Teoria Clássica de Fayol, com uma
organização constituída numa abordagem sintética, global e universal. A
empresa apresenta-se institucionalizando uma abordagem anatômica e estrutural,
que parte do todo da organizacional e da sua estrutura para garantir a
eficiência a todas as partes envolvidas, sejam órgãos (como seções,
departamentos) ou pessoas (como ocupantes de cargos e executores de tarefas).
Reconhecem a organização como uma estrutura de órgãos e cargos, utilizando-se
de uma concepção antiga de organização, como influência das organizações militar
e eclesiástica.
Nesta perspectiva, a
empresa IBR estabelece uma linha de autoridade que interliga as posições e
define quem é subordinado a quem; significa que cada empregado individualmente
deve estar subordinado e se referir a um só superior.
Com relação às
características da Abordagem Estruturalista, como um diálogo à Teoria das
Relações Humanas, o IBR apresenta uma interação entre os grupos de trabalho e
dela com relação a outras empresas do mesmo ramo de atividade, uma discussão
empreendida na sociologia organizacional, que, segundo. Organ (1996) abrange o
estudo das organizações, no que se refere às formas como elas estão organizadas
e estruturadas.
A administração do
IBR é vinculada a um processo operacional distribuído por funções, como:
planejamento, organização, direção e controle tipicamente identificados com a
abordagem Neoclássica da Administração (Chiavenato, 2000). Nesse sentido, as
práticas organizacionais da empresa em estudo caracterizam-se por uma forte
ênfase nos aspectos práticos da administração, focando, essencialmente
resultados concretos e palpáveis na área de atendimento médico.
Cabe ressaltar,
ainda, que as práticas identificadas como características da Abordagem
Neoclássica, presentes no IBR, funcionam como uma retomada do referencial
desenvolvido pela Teoria Clássica, a partir de uma releitura e reestruturação
de conceitos e práticas, agora antenadas às contingências da época atual.
Algumas
características inerentes a Abordagem Sistêmica também pode ser extraída da realidade
empírica do IBR: a empresa é composta de vários subsistemas – as diretorias,
coordenações e setores; há uma interação e reciprocidade entre estes
subsistemas; e, por fim, as diretorias acompanham demandas do ambiente externo
– o mercado e as tecnologias nacionais e internacionais.
O IBR tem uma prática
voltada à gestão participativa, com a solidarização de tomadas de decisão, a
democratização das práticas e conceitos administrativos de toda a Clínica aos
grupos de trabalho, incentivando as inovações e sugestões de mudanças em
qualquer nível da estrutura organizacional. Assim, vê-se que com relação
às estratégias modernas de gestão, no IBR também se vislumbra práticas que
coadunam com uma evolução da visão administrativa, seja nos âmbitos de
representação, de liderança e de qualidade; seja também na formulação e
estratégia; bem como na relação que estabelece com clientes, pessoas,
procedimentos e controle de resultados.
Conclusivamente,
reiteramos que se trata de uma empresa considerada de pequeno porte, em
evolução e crescimento nas práticas administrativas, fato que reforça a
“diversidade” de teorias encontradas com o estudo das. “Teorias da
Administração aplicáveis na gestão de uma empresa de prestação de serviço: o
caso do Instituto Brandão – IBR”, informações que podem prospectar novos
universos de investigação acadêmica.
Bibliografia
ALBRECHT, K.;
BRADFORD, L. J. Serviços com qualidade: a vantagem competitiva –
como entender e identificar as necessidades dos seus clientes. São Paulo:
Makron, 1992.
CHIAVENATO,
Idalberto. Teoria, Processo e Prática. São Paulo: Mc Graw Hill
Ltda, 2000.
MORGAN, Gareth.
Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.
SENGE, Peter M. A
Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende. São Paulo:
Best Seller, 1998.