segunda-feira, 22 de junho de 2015

CERIMONIAL E PROTOCOLO: A ÓTICA DE RELAÇÕES PÚBLICAS






Sempre que se trata do assunto cerimonial e protocolo surgem várias ideias ligadas a preciosismos desnecessários e supérfluos ou mesmo, numa linguagem vulgar, excesso de preocupações com detalhes, entendidos como “frescuras” que não levam a nada.


Na prática, isso representa um verdadeiro preconceito ou estereótipo adotado por muitas pessoas, que desconhecem o tema, sua abrangência e importância no dia-a-dia da vida pessoal, das atividades sociais e profissionais de todos nós e das empresas onde atuamos.

Interessante notar que a primeira lembrança sobre cerimonial com a qual lidamos está ligada à expressão comumente usada ao se receber um amigo em nossa residência ao dizer-lhe: deixe de cerimônia no intuito de fazer com que se sinta à vontade. Na verdade, o que se quer dizer, neste exemplo, é que a pessoa se comporte sem formalismos. Isso porque a ideia inicial que se tem de cerimonial é algo ligado a formalidades, a atos formais e solenes.

Conceitos


Para desenvolver essa ideia inicial, vale apontar e entender alguns conceitos próprios de cerimonial:

• Cerimônia - sequencia de partes que integram um evento ou ato formal;


• Solenidade - evento no qual a “pompa” se faz necessária, em função da característica protocolar e mais formal;

• Protocolo = conjunto de preceitos e normas legais que devem ser obedecidas, para dar maior solenidade (“pompa”) possível a determinados eventos ou atos, cuja grande significação convém ser ressaltada e destacada em determinada programação.

Na prática, pode-se inferir que o Protocolo é um conjunto de regras, aplicadas e seguidas pelo Cerimonial. E de modo mais enfático ainda: quanto mais solene for o evento, maior protocolo deve ser adotado.

Outro detalhe fundamental do qual não se pode afastar é a ligação e a interdependência entre Cerimonial, Protocolo e Eventos, o que corresponde à visão tríplice apresentada na Figura 1, que traduz a ideia de que quem faz eventos deve conhecer e dominar as técnicas do cerimonial e as normas e regras de protocolo:



Funções do Cerimonial

Pode-se também entender a inter-relação entre cerimonial, protocolo e eventos, pela simples identificação das funções do cerimonial que, na prática, são resumidas em:


• Disciplinar (regular precedência e adotar outras normas protocolares); 


• Organizacional (definir rituais, gestos, honrarias e privilégios, símbolos do poder, ordenando-os sincronicamente, como partes de um evento ou cerimônia);

• Semiológica (prever a linguagem formal, internacional e diplomática, e as formas de cortesia, de etiqueta social, de tratamento, de redação e expressão oficial)


• Legislativa (codificar a legislação, as regras, os costumes e preceitos, em normas de protocolo, no plano interno e externo);


• Pedagógica e Ética (comunicar e ensinar para transmitir valores, formas de etiqueta e boas maneiras, de acordo com as culturas e civilizações, comunidades ou organizações públicas ou privadas;

• Informal (realizar e comemorar datas e eventos sociais de toda ordem).

A ótica de Relações Públicas

A ótica de Relações Públicas é ressaltada a partir da visão do evento como um Veículo de Comunicação Dirigida Aproximativa – VCDA e o único a propiciar a interação e a integração entre a organização e seus públicos, constituindo-se em instrumento essencial à comunicação integrada ou global da organização: “uma questão estratégica no composto da comunicação” (onipresença).

Nesse contexto, Cerimonial apresenta-se como ferramenta de qualidade, que quer agregar emoção e destaque ao evento como o seu diferencial. Isso acontece a partir da ordenação e orientação para realização do evento (suas partes/ sequencia e programação geral), para cumprir e fazer cumprir as regras de Protocolo, de conformidade com o planejamento e em paralelo ao da organização, da coordenação e do controle, mediante o uso de instrumentos essenciais como o plano, o cronograma e o check-list do evento.

Na ótica de Relações Públicas não se admite mais o evento emergencial, o famoso “churrasquinho quebra-galho”, de última hora, que nada resolve, pois neste tipo de ação perde-se tempo e investimento.

A partir da premissa que evento sem planejamento é uma ficção, hoje, mais que nunca, além de concorrer para a construção da imagem positiva e fortalecimento do conceito corporativo, as Relações Públicas também contribuem para os resultados mercadológicos da empresa, por isso manter a visão tríplice de Cerimonial/ Protocolo/ Eventos/, é fundamental na dinâmica e na vida das empresas.


Paulo Regis Salgado
Profissional de Relações Públicas
Assessor de Cerimonial e Protocolo 
Professor de Cerimonial e Etiqueta