POR: Acimarleia Freitas - Secretária Executiva
No Mito da Caverna, Platão nos apresenta
prisioneiros acorrentados desde o nascimento, olhando para a parede de uma
caverna onde só veem sombras projetadas de objetos reais. Para eles, essas
sombras eram o mundo. Até que um deles se liberta, sai da caverna e, aos
poucos, descobre a luz do sol — o conhecimento verdadeiro, a realidade
essencial.
Esse mito filosófico atravessa séculos, e continua
atual quando pensamos na profissão de Secretariado Executivo.
Durante muito tempo, o profissional de secretariado
foi visto apenas pela “sombra” do que realmente é: limitado à imagem de
auxiliar, alguém que atende telefone, agenda reuniões e serve café. Assim como
os prisioneiros da caverna, muitos enxergavam apenas projeções — e não a
verdadeira dimensão estratégica dessa carreira.
Mas o profissional de secretariado não ficou
acorrentado. Aos poucos, rompeu os grilhões das visões estereotipadas e
ascendeu para um novo patamar: o de protagonista da gestão, articulador
organizacional e elo humano entre liderança, processos e resultados.
Ao sair da “caverna” da subvalorização, esse
profissional percebeu a luz do conhecimento, da formação contínua, da atuação
ética e da inteligência emocional. E mais: agora, como aquele que viu o sol,
sente a responsabilidade de voltar à caverna e transformar a visão dos
outros — educar, inspirar e mostrar que o secretariado não é coadjuvante,
mas estratégico.
Assim como no mito, a libertação exige esforço,
exige enfrentamento do desconforto, da resistência e da incompreensão. Mas é
nesse movimento que nasce a verdadeira evolução profissional — e pessoal.
A caverna
era o rótulo. A luz é a competência. O caminho é a transformação.
Ser profissional de secretariado hoje é carregar a
coragem de Platão: questionar aparências, romper padrões e mostrar, com
excelência e atitude, a profundidade da sua profissão.