sexta-feira, 23 de maio de 2014

PRINCIPAIS TEORIAS E ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO




Os princípios da administração científica de Frederick Taylor

Taylor nasceu nos Estados Unidos em 20 de março de 1856 e é considerado o pai da Administração em suas bases científicas. Iniciou sua carreira como operário e depois como engenheiro, chegando a ocupar cargos em altos postos nas empresas norte-americanas.

Como tinha larga experiência na própria linha de produção, foi um dos primeiros a destacar a necessidade de racionalizar o tempo e a divisão do trabalho industrial para aumentar a eficiência nas fábricas.

No seu principal livro, Os Princípios da Administração Científica, publicado em 1911, Taylor afirma a necessidade de executar o trabalho administrativo em bases científicas e objetivas.

Sua grande contribuição teórica reside nas diretrizes que fixou para a racionalização do trabalho industrial e na divisão de autoridade e supervisão ao nível de linha (autoridade vertical).

A seguir, descrevemos os principais pontos de sua teoria:

Princípios científicos em substituição ao empirismo: com o objetivo de instituir a prática administrativa científica, baseada em princípios e não no processo de tentativa sob risco;
Divisão do trabalho: determinando, através das regras básicas, a divisão em diferentes etapas das diversas atividades;

Divisão de autoridade e responsabilidade: distinguindo as tarefas de planejamento e direção daquelas referentes à execução do trabalho;

Treinamento e seleção do trabalhador: permitindo a qualificação do trabalhador mediante seleção e aperfeiçoamento técnico;

Coordenação entre as atividades: articulação da atuação dos trabalhadores com os supervisores e administradores;

Taylor tem sua importância por ter sido um dos precursores da importância do papel da ciência na Administração.

A teoria de Henry Fayol

Henry Fayol nasceu na França em 1841 foi o autor do livro Administração Industrial e Geral, que foi editado em 1916.

Fayol buscou uma visão mais geral da empresa e criou uma teoria mais global da ação administrativa, ao contrário de Taylor que se dedicou mais as questões relativas à linha de produção.

Na verdade as teorias de Taylor e Fayol se complementam, não obstante suas abordagem diferentes.

O fundamento da teoria de Fayol tem base em seis funções básicas existentes na empresa, definidas por ele da seguinte maneira:

1. Função técnica: corresponde à atividade produtiva da empresa.

2. Função comercial: abrange as tarefas de compra de mercadorias, matéria-prima, materiais de consumo, etc necessárias ao desenvolvimento das atividades da empresa, assim como a venda dos bens ou serviços por ela produzidos.

3. Função financeira: referente à atividade de obtenção e gerência dos recursos 
financeiros, em termos de dinheiro ou crédito.

4. Função contábil: classificação e registro dos fatos econômico - financeiros ocorridos na empresa, com o objetivo de apurar seus bens, direitos e obrigações, lucros ou prejuízos.

5. Função de segurança: visa a salubridade dos trabalhadores, condições de iluminação, temperatura e prevenção de acidentes e à proteção de materiais, segurança de equipamentos, instalações e construções, normas, etc.

6. Função administrativa: refere-se ao trabalho de gerência, direção e controle das atividades para que a empresa possa atingir de forma racional seus objetivos, que na visão de Fayol, é a mais importante, pois esta função direciona e comanda todas as outras.

Fayol também elaborou quatorze princípios administrativos que ao serem aplicados devem levar em conta a realidade de cada empresa:

1. Divisão de trabalho: tanto em termos de tempo como de espaço, estudando as fases e etapas de um mesmo trabalho;

2. Autoridade e responsabilidade: posição na empresa e qualificação;

3. Disciplina: mediante regras de subordinação aos superiores;

4. Unidade de comando: um certo número de subordinados recebe e acata ordens de um único superior;

5. Unidade de direção: um certo número de atividades obedece à supervisão de um único superior;

6. Subordinação do interesse individual ao coletivo: o interesse de um indivíduo não deve prevalecer contra o interesse coletivo;

7. Remuneração: salários justos do ponto de vista da empresa e do trabalhador;

8. Centralização: concentração de direção nas mãos de um único controle ou direção;

9. Cadeias hierárquicas: define uma rigorosa estrutura de autoridade e responsabilidade;

10. Ordem: a perfeita ordenação humana e material;

11. Equidade: conciliação de interesses empresariais e trabalhistas;

12. Estabilidade: contra a rotatividade da mão-de-obra, julgando mais eficiente sua permanência;

13. Iniciativa: abrangendo o dinamismo desde o principal executivo até os mais baixos níveis de autoridade;

14. Cooperação: estimulando o espírito de equipe e a conjugação dos esforços para a meta final.

Henry Ford

Ford também escreveu livros: Minha Filosofia de Indústria e Minha Vida e Minha Obra; este respeitado industrial do automobilismo atuou no início do século XX, como pioneiro em sua área de atuação, a empresa por ele criada ainda hoje é uma multinacional respeitada por todos; ele também deixou registrados seus estudos e reflexões sobre sua experiência administrativa.

Ao contrário de Fayol, que centrou sua análise no aspecto administrativo da empresa, Ford se ocupou do sistema de produção empresarial como um todo, visando a sua maior eficiência.

Ford introduziu conceitos modernos de produção em série e de linhas de montagem, concebendo um ritmo de trabalho em cadeia, para poupar tempo e custos. Estabeleceu também três princípios pelos quais deve se orientar a produção:

1. De intensificação: redução de tempo de produção, eliminação da capacidade ociosa de trabalhadores e equipamentos, permitindo o rápido retorno do capital investido;

2. De economicidade: emprego reduzido dos fatores de produção;

3. De produtividade: aumento da capacidade produtiva do trabalho;

Elton Mayo - Teoria das Relações Humanas

Em meados do século XX, a Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensamente com o esmagamento do homem pelo desenfreado desenvolvimento da civilização industrializada. Elton Mayo, o fundador do movimento, escreveu três livros se dedicando aos problemas humanos, sociais e políticos decorrentes de uma civilização baseada quase que exclusivamente na industrialização e na tecnologia.

Mayo salienta que, enquanto a eficiência material aumentou poderosamente nos últimos duzentos anos, a capacidade humana para o trabalho coletivo não manteve o mesmo ritmo de desenvolvimento. Lembrando sociólogos cujas observações nas comunidades mais simples demonstraram que o progresso industrial foi acompanhado por um profundo desgaste do sentimento espontâneo de cooperação, Mayo afirma que a solução do problema da cooperação não pode ser resolvido apenas através do retorno as formas tradicionais de organização. O que deve haver é uma nova concepção das relações humanas no trabalho. Como resultado de suas experiências dentro das próprias empresas, verificou que a colaboração na sociedade industrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos do progresso humano.

Os métodos de trabalho tendem todos para a eficiência, nenhum para a cooperação. A cooperação humana não é o resultado das determinações legais ou da lógica organizacional, mas tem causas mais profundas que as experiências feitas por Elton Mayo revelaram. Com base nestas experiências Mayo passa a defender os seguintes pontos de vista:

O trabalho é uma atividade tipicamente grupal: suas pesquisas indicaram que o nível de produção é mais influenciado pelas normas do grupo do que pelos incentivos salariais e materiais de produção. Para Maio, a atitude do empregado em face de seu trabalho e a natureza do grupo do qual ele participa são fatores decisivos na produtividade. O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social: e as mudanças no seu meio o afetam.

A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal: Ao invés de se tentar fazer os empregados compreenderem a lógica da administração da empresa, a nova elite de administradores deve compreender as limitações dessa lógica e ser capaz de entender a lógica dos trabalhadores. Para Mayo "Somos tecnicamente competentes como nenhuma outra idade da História o foi, e combinamos isto com uma total incompetência social." Logo, torna-se necessária a educação de uma elite social capaz de recobrar a cooperação.

A pessoa humana é motivada essencialmente pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecida", de receber adequada comunicação: Mayo se opunha à afirmação de Taylor de que a motivação básica do empregado era meramente salarial (homo economicus)

Para Mayo o conflito social deve ser evitado a todo custo através de uma administração humanizada que faça um tratamento preventivo e profilático. As relações humanas e a cooperação constituem a chave para evitar o conflito social. Para ele, o conflito social é o germe da destruição da própria sociedade. "O conflito é uma chaga social, a cooperação é o bem estar social"