segunda-feira, 25 de maio de 2015

CONFIANÇA E ÉTICA: ALICERCES DO SECRETÁRIO EXECUTIVO.



Fiz muitas pesquisas para publicar aqui no Blog e uma delas me chamou atenção, por ter tudo a ver com uma das nossas atribuições, que é a questão da CONFIANÇA e da ÉTICA. Ocupamos, dentro da empresa, um lugar muito privilegiado e que nos dá acesso a todo tipo de informação, inclusive as sigilosas e que dizem respeito não só a empresa, mas também à outros assuntos, muitas vezes que dizem respeito à vida pessoal do nosso executivo. O texto abaixo foi extraído de uma publicação da Revista "Você S/A", que fala sobre a importância de se manter firme em executar um trabalho com transparência e honestidade: 

Um dos maiores obstáculos à prevenção dos casos de fraudes dentro das empresas é, na maioria das vezes, a dificuldade de antever quem é capaz de cruzar a linha que separa os profissionais honestos dos fraudadores. O fraudador típico tem um perfil muito similar ao de qualquer outro funcionário da empresa.


Em 41% dos casos, ele trabalha no mesmo lugar há mais de seis anos e, em 29% das fraudes, ocupa um cargo executivo. São pessoas que, justamente por serem figuras de confiança na estrutura da empresa, sentem-se livres para agir em benefício próprio sem levantar suspeitas.

De acordo com especialistas em investigação de fraudes, a conjunção de três fatores aumenta a probabilidade de que um profissional comum, sem histórico de desvios éticos, cruze a fronteira da honestidade e cometa um crime. Esses fatores, que compõem o chamado triângulo da fraude, são: a necessidade, a oportunidade e a racionalização. 


Resumidamente, a predisposição para a fraude aumenta quando o executivo que está passando por uma dificuldade (como estar endividado) encontra uma brecha nos sistemas e processos da empresa e, por se sentir desvalorizado ou merecedor de melhores condições, acaba relativizando a imoralidade do desvio de recursos.

“Quando uma pessoa normal se vê em um contexto muito difícil, ela tende a interpretar o mundo de forma diferente e perde a dimensão do que é ou não correto”, afirma o professor Guido Palazzo. “É como se o profissional fosse acometido por uma espécie de cegueira ética”, diz ele.


Além de razões pessoais, um profissional pode entrar numa maracutaia corporativa ao se sentir pressionado por algum fator relacionado ao trabalho.


A cobrança excessiva de resultados, a coação de um chefe desonesto ou de um agente público corrupto são exemplos de coisas que fazem um profissional alterar seus padrões morais. Como se precaver? “A melhor defesa é não ter med”', afirma Palazzo. “O medo é o principal combustível para desrespeitar uma regra ou para silenciar quando uma regra está sendo quebrada”, diz ele.


Isso significa recusar-se a entrar no jogo, ainda que acarrete alguma consequência previsível, como ser colocado numa geladeira na empresa ou até ser demitido.  


As empresas têm criado mecanismos que permitem aos profissionais honestos denunciar os fraudadores. Um impulso nesse sentido veio da promulgação da Lei Anticorrupção (12.846/13), que acaba de completar um ano em vigor.


A nova legislação prevê punições pesadas para as companhias condenadas por lesar o poder público, com multas que podem chegar a até 20% de seu faturamento. Por causa da lei, diversas empresas estão fortalecendo suas equipes de governança corporativa. “Se as empreiteiras envolvidas no caso da Petrobras tivessem áreas de controle bem estruturadas e atuantes, o risco de um caso como esse ocorrer seria menor”, afirma André Fonseca, sócio do escritório de advocacia Veirano, de São Paulo.

Com a nova lei, mais empresas devem investir na criação desse setor. “As empresas que já tinham algum mecanismo de controle fortaleceram suas áreas, e as demais estão descobrindo como se estruturar', diz Heloísa Macari, sócia-diretora da consultoria de gestão de risco ICTS." 

Embora a matéria não fale especificamente de nós Secretários, por estar diretamente ligados aos grandes executivos da empresa onde trabalhamos, precisamos estar alerta sempre para as situações apresentadas no texto. A melhor coisa a se fazer SEMPRE é não aceitar realizar qualquer tipo de atividade desonesta. Nós, Profissionais de Secretariado Executivo temos, em nosso código de ética, artigos que nos amparam no caso de sermos aliciados a fazer esse tipo de atividade corrupta, então não devemos ter medo de dizer "Não" à corrupção e demais atividades ilícitas e que envolvam falta de ética. 





Fonte: Texto de Gabriel Ferreira, publicado na Revista Você S/A, Editora Abril, Ed. Janeiro/2015: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/198/noticias/saiba-como-nao-se-envolver-mesmo-que. Acesso em 13/01/2015.