sexta-feira, 20 de novembro de 2015

COMO SER UM BOM LÍDER SEM CHATEAR SEUS COLABORADORES



Uma das grandes dúvidas que pairam sobre as cabeças dos adinistradores nos dias de hoje é: “como ser um bom líder?“. Como gerenciar um grupo de pessoas sem que elas se sintam cobradas demais, ou chateadas com a pressão? Liderar e motivar pessoas sem pressão e cobrança é algo difícil de ser feito, mas é possível dosar a mão para não cometer erros em excesso.

É preciso saber exatamente o que e como fazer para que seus colaboradores o vejam como um líder verdadeiro, alguém que os inspira, que lhes dá abertura para participar e os faz trabalhar mais confiantes, e não um ditador que apenas cobra resultados, sem pensar no lado humano da relação. Por isso, saber atuar como um líder dentro de uma equipe é fundamental para o seu sucesso.

É importante que o líder saiba ouvir as pessoas, escutar suas opiniões, dialogar com elas para que possam se sentir valorizadas. Mas, mais do que ouví-las, é preciso saber como lidar com as críticas e sugestões, saber como implementar melhorias levando em consideração o que foi dito pelo colaborador etc. As pessoas adoram participar, mas odeiam que suas opiniões sejam ignoradas.

O líder também precisa saber como liderar as pessoas, conhecendo seus liderados, a forma como eles pensam, como agem, a forma como costumam trabalhar etc. É preciso haver um bom senso para que a liderança não seja um desastre. Por isso, é necessário saber como conversar com um funcionário, como dar uma bronca, como elogiar na medida certa, como propor uma mudança drástica sem causar impactos negativos etc.

A boa liderança é, antes tudo, o bom convívio e a boa relação entre as pessoas. É preciso haver respeito para que um líder seja respeitado. É preciso haver companheirismo e comprometimento para que um serviço seja bem executado pela equipe como um todo. É preciso ser um líder responsável para que seus liderados se sintam parte do grupo, ativos, valorizados.

O bom líder é aquele que chama para si a responsabilidade, mas que também sabe como delegar autoridade e funções a seus comandados. Porém, ele sabe exatamente quem está preparado para receber este fardo, sem sobrecarregar uma pessoas despreparada, que certamente irá se chatear com ele, fazendo um serviço de péssima qualidade, comprometendo todo o resultado final.

Ser um bom líder e não chatear os seus colaboradores é uma tarefa complexa, porém não impossível. Procure sempre se relacionar de forma agradável com seus liderados, participe de seu dia-a-dia, valorize quem precisa, cobre de quem está devendo em desempenho etc. Mas, principalmente, saiba exatamente para onde você quer levar sua equipe. Um chefe perdido deixa qualquer equipe fora do rumo.

Compartilhe suas experiências, conte exemplos de bons comportamentos, histórias de sucesso, motive seus colaboradores. Evite ser o líder chato que apenas puxa a equipe para baixo. Eleve o astral das pessoas, mostre a elas como são importantes para o bom andamento do serviço, como são essenciais na engrenagem da empresa. Valorizar o trabalho das pessoas é uma excelente forma de trazê-las para o seu lado, de fazê-las trabalharem melhor.

Seja um bom líder e colha os frutos desta boa relação com seus funcionários. Sucesso!





quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O VALOR DA ETIQUETA NOS AMBIENTES CORPORATIVO


Quando o assunto é como garantir boas relações interpessoais todos sabem que a educação e a diplomacia sempre serão muito bem-vindas e não fazem mal para ninguém. Nos ambientes de trabalho a proposta não é diferente da vida pessoal. Numa época que a cada dia aproxima mais pessoas e culturas por meio dos recursos tecnológicos como ferramentas imprescindíveis, identificar e não praticar comportamentos indesejados faz muita diferença no sucesso profissional, não importa o segmento de atuação em que o indivíduo encontre-se.


A Etiqueta Profissional pode ser entendida como um conjunto de normas que orientam no trato entre duas ou mais pessoas em prol da boa convivência. Para a consultora de Etiqueta, Célia Leão, nos ambientes corporativos "... as regras de comportamento ajudam a garantir clima de respeito mútuo, refletindo diretamente na saúde dos profissionais..." e, consequentemente, nos resultados a serem obtidos.



Por mais liberal que seja o ambiente corporativo, vale lembrar que existem normas de comportamento que não devem ser quebradas. Considerando que as pessoas passam boa parte do tempo nas empresas é natural que a informalidade ganhe espaço, além do necessário. Para a consultora Maria Aparecida Araújo, "A função das normas de etiqueta é espelhar nos funcionários a qualidade dos serviços ou dos produtos que a empresa oferece". Por isso, algumas regrinhas precisam ser sempre lembradas:



a) Fuja das fofocas e de pessoas mentirosas. A prática da mentira fragiliza as relações criando espaços para a desconfiança. "Herdamos da cultura ibérica uma sociedade extremamente hierárquica em que os funcionários têm medo de dialogar com os chefes e acabam mentindo", afirma o professor Alfredo Behrens, da FIA - São Paulo.



b) Use roupas de acordo com o cargo e função desempenhada. A roupa diz muito sobre a pessoa e querer ser o centro das atenções por meio delas não é comportamento educado. Se a empresa não adota uniforme, procure usar trajes discretos, cores neutras, jamais excedendo nos decotes e cumprimento deselegantes. A empresa não é "balada" com amigos, e pede roupas e acessórios discretos.



c) Use adequadamente as ferramentas de trabalho. Telefone e redes sociais devem ser usados com ponderação de maneira que não venham a interferir nas rotinas da empresa e da função.



d) Não provoque ou alimente a discórdia, a fofoca. É natural que as incompatibilidades ocorram, afinal, toda empresa é formada por pessoas com experiências e objetivos nem sempre respaldados de expressivo valor. Entretanto, deve prevalecer a comunicação assertiva de forma a auxiliar na prevenção da "rádio peão" ou o boato organizacional.



e) Não queira ser o "sabe tudo" ou "dono da razão". Os novos tempos pedem parceria, ajuda mútua e compartilhamento de ideias. A integração auxilia no encontro de melhores respostas e tomada de decisões.



f) Saiba comportar-se nas festas e confraternizações promovidas pela empresa. Ninguém gosta de pessoas inconvenientes, aquelas que falam alto demais, bebem e promovem brincadeiras desagradáveis. Esses espaços devem servir também para estreitar ou estabelecer amizades, e, quando possível, fazer revelar competências que no dia a dia não são percebidas.



g) Respeite as diferenças e a cultura do outro. Nem todos torcem pelo mesmo time, apreciam a mesma comida, gostam dos mesmos filmes ou professam a mesma religião.



E, finalizando, não deixe de lado expressões como, por exemplo: "Obrigada!", "Por favor", "Licença!". Estes vocabulários jamais sairão de moda e servirão para, no mínimo, mostrar que você sabe estabelecer um bom convívio com os colegas de trabalho.



Por: Elizabeth Hernandes




quarta-feira, 18 de novembro de 2015

É HORA DE MUDAR DE EMPREGO


As mudanças que ocorrem no mercado de trabalho nos ensinam a ver a vida sob uma nova perspectiva. Quando o mundo inteiro enfrentou uma forte crise financeira, quem estava incerto sobre sua carreira, achou melhor não arriscar; quem estava infeliz, aprendeu a gostar de seu trabalho, até que a maré melhorasse.

Empresas reduziram quadros e custos. Agora é hora de investir. Enxutas e com foco redirecionado, as empresas entraram em 2010 com fôlego e energia para recrutar novos colaboradores e retomar seu crescimento.

Neste momento, o mercado está bastante competitivo, mas ao mesmo tempo oferece grande oferta de empregos. Com um importante detalhe: espera-se muito mais deste profissional.

Que habilidades e competências deve ter o colaborador que hoje é procurado pelas empresas?

Flexibilidade: Para saber lidar com mudanças rápidas e repentinas, para aceitar a volatilidade do mercado e a incerteza da rotina.

Coragem: De arriscar, apesar de não ter respostas prontas.

Resiliência: para encarar uma rotina de imprevistos, pressão e obstáculos e saber superá-los, mantendo sua essência e equilíbrio.

Otimismo e Equilíbrio Emocional: ter a habilidade de manter-se auto motivado e encarar a rotina de forma positiva, transformando pequenos problemas em grandes soluções.

Criatividade: Para pensar diferente, encantar com novas soluções e contribuir para o ambiente de trabalho.

Comprometimento: Vontade de fazer a diferença e se envolver com o trabalho que faz. Este envolvimento vem de dentro e não deve ser ligado, apenas, ao salário.

Autodidata: Que vai em busca de autoconhecimento e aprendizado, portanto está sempre em crescimento.

Visão Generalista e função de Especialista: é bom conhecer de tudo um pouco e informação é um diferencial, mas desde que tenha um foco de trabalho – onde está a sua expertise.

Principais erros que devem ser evitados durante a busca!

Buscar um emprego e não um trabalho - O profissional não deve apenas procurar uma função onde possa ganhar dinheiro, mas sim uma empresa onde ele terá orgulho de levar seu talento e onde tenha prazer e crescimento na função. Caso contrário, estará frustrado e procurando emprego novamente em um curto espaço de tempo.

Falta de networking - Enviar currículo por e-mail não é a única forma de procurar emprego. Encontre as pessoas, crie e fortaleça vínculos já existentes, participe de eventos, circule e faça-se notado.

Desânimo - A fase é difícil e de grande ansiedade, por isso procure ‘válvulas de escape’ e faça atividades que lhe dão prazer (ginástica, leitura, cinema, hobby, etc.) e que poderão lhe ajudar a se manter resiliente.

Despreparo - Ao fazer contatos, tenha clareza do que gosta, do que quer fazer e como pode contribuir. Tenha suas experiências, habilidades e competências na ponta da língua.

Mais do que tudo, estamos vivendo a fase de paixão pelo que se faz - O trabalho deixa de ser um castigo e passa a ser um foco de satisfação. Quem não tiver esta visão, está buscando um emprego, e isto é muito difícil hoje em dia. Empregos não há muitos, mas oportunidades sim. Para quem quer desafios, para quem pensa "fora da caixa", para quem quer arriscar sabendo que vai chegar lá, várias oportunidades existem.

O profissional deve rever seus próprios conceitos e escolher as prioridades - o que é mais importante? Ser feliz ou ter razão? Cabe a cada um de nós escolhermos. Se for ter razão, fazer apenas um bom trabalho, qualquer coisa serve. Mas, se for para ser feliz, realizado, em busca de um objetivo que terá significado para sua vida profissional e pessoal então sim, vale a pena arriscar. O resto é consequência!


*Stefi  Maerker é Diretora/Presidente da SEC Talentos Humanos, reúne mais de 20 anos de experiência na Assessoria de Executivos do primeiro escalão organizacional de empresas multinacionais; autora dos livros “Secretária–Uma Parceira de Sucesso”, 1999 e “Mulheres de Sucesso–Os segredos das mulheres que fizeram história”, 2000 e escritora de diversos artigos na área de gestão de carreira.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

LÍDERES QUE NÃO APRENDEM SÃO PERIGOSOS



Quando uma empresa precisa desenvolver um funcionário para que assuma cargos gerenciais, deve certificar-se de que não possua uma das características abaixo. Porque essas particularidades indicam indivíduos difíceis de ser desenvolvidos e, portanto, incapazes de se manter atualizados. 

Não ser treinável



Uma pessoa que não aceita treinamento não pode ser desenvolvida. Muitos líderes criam seu conhecimento exclusivamente por experiência. Com isso, não utilizam as melhores práticas, cometem erros evitáveis e dão resultados inconsistentes, em geral obtidos com muito dispêndio de energia, recursos e pessoas.


Um indivíduo treinável abre mão de se auto orientar e aceita métodos, procedimentos e conhecimentos oriundos da ciência, das melhores práticas de liderança e da experiência de outros líderes.


Quando alguém não é treinável, sua evolução é muito lenta e, frequentemente, limitada.

Pessoas que não se responsabilizam pelo resultado de suas ações


Toda vez que alguém age, seu discernimento sobre o contexto e a contribuição de outros para o resultado são fundamentais para definir novas ações. Entretanto, o indivíduo não pode ser desenvolvido, se, quando um objetivo não é alcançado, ele aponta para tudo e para todos, mas não é capaz de se responsabilizar por sua parte.



São exemplos de profissionais assim os que culpam a burocracia, outros departamentos, outras pessoas e até mesmo a má sorte pelos resultados. Mas jamais falarão sobre suas falhas e sobre quais pontos precisam aprimorar para assumir mais responsabilidades e ir mais longe em suas carreiras.



Profissionais com doenças psicológicas



O líder responsável se interessa por seres humanos. Toda vez que identifica alguém com sinais de possível doença psicológica, orienta o indivíduo para que procure ajuda especializada. Gerentes não são psicólogos, e uma pessoa com doenças como síndrome do pânico, depressão ou algum tipo de fobia não pode ser desenvolvida.



Vale reforçar que uma pessoa sadia não é aquela que não está doente, mas aquela que, uma vez enferma, faz de tudo para recuperar a saúde. 



Pessoas de má índole



Se você é um líder sério, competente e ético, deve tomar muito cuidado com a forma como avalia as demais pessoas. 



Em geral, nós vemos os outros como nós somos, não como eles são. Isso significa que é difícil para alguém honesto acreditar na desonestidade dos outros. Entretanto, é importante que saiba que não há método de desenvolvimento para profissionais de má índole.



Portanto, se você identificar alguém em sua equipe que não joga pelas regras do jogo, o melhor a fazer é descartá-lo. Toda vez que uma pessoa de má índole alcança um cargo de liderança, os resultados são desastrosos. 



Se quisermos melhorar as empresas, devemos fazer com que líderes bem preparados se interessem em ocupar cargos relevantes e cada vez mais elevados.



O mundo e as organizações estariam em melhores condições se formassem e dessem apoio para líderes competentes e éticos ocuparem as posições mais altas e estratégicas. Grandes resultados de curto prazo, sozinhos, não são bons indicadores para identificar os melhores líderes. O ideal é avaliar o equilíbrio e a consistência no longo prazo. Afinal, é fácil ser bem-sucedido ao cortar custos e fazer as pessoas trabalhar até o limite da exaustão. Difícil é equilibrar os resultados de curto e longo prazo, fazer frente às crises econômicas e assegurar a perenidade da empresa por muitas gerações. Somente líderes preparados sabem fazê-lo.

Vamos em frente!




Sílvio Celestino é autor do livro – Visite: www.alliancecoaching.com.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

REPÚBLICA E ELEIÇÃO NO BRASIL


República e Eleição


A palavra República deriva do latim e significa "coisa pública". Ao longo da história a interpretação e o sentido da "República" se modificaram. O conceito é utilizado pela primeira vez na história antiga de Roma, a partir de 509 aC. quando da organização de uma nova forma de governo, preocupada principalmente em retirar o poder das mãos de um único homem. Acabava a Monarquia e iniciava-se uma forma de governo onde o poder é dividido e, naquele momento, controlado por um organismo coletivo, o Senado. No entanto o Senado romano administra a “coisa pública', porém o público, quer dizer, o povo, não tem direitos políticos. No século XVIII a ideia de República se modificou mais uma vez, a partir de ideias dos filósofos iluministas quando, ainda com pouca expressão, surgiu a ideia de Sufrágio Universal - um homem, um voto.




A República no Brasil 



Ao se referirem à posse do presidente Lula, proclamam nosso 39º. Presidente da República, sendo a que maioria deles, foi escolhido por poucos eleitores. Desde a formação do regime republicano, o número de eleitores foi muito pequeno. O primeiro período de nossa história republicana, conhecido como "República Velha" ou Primeira República (1889 - 1930) foi caracterizado pela instituição do voto universal, adotado em nossa segunda Constituição (1891), porém somente colocado em prática 3 anos depois. 

O primeiro Presidente da República foi o marechal Deodoro da Fonseca, por conta de sua participação e liderança no golpe de 15 de novembro de 1889, que eliminou a monarquia do país. Dois anos depois, pronta a nova Constituição o Brasil viveu sua primeira eleição presidencial, indireta, quando o mesmo marechal foi mantido no poder executivo numa eleição que envolveu apenas os membros do Congresso Nacional em fevereiro de 1891. Algo parecido sucedeu ao nosso segundo Presidente da República, o Marechal Floriano Peixoto; que assumiu como desdobramento constitucional da renúncia de Deodoro em novembro de 1891. Para se manter no poder Floriano utilizou-se da força, tanto política quanto armada, completando o mandato para o qual havia sido escolhido como vice de Deodoro, em 1894. A partir desse momento os presidentes passaram a ser eleitos por "sufrágio universal", porém a cidadania fora dada a cerca de 3% da sociedade brasileira. A Constituição excluía do processo político a maioria dos brasileiros; as mulheres e analfabetos compunham ¾ dos brasileiros em idade adulta e sem direitos políticos. Se os números do período são alarmantes, devemos ainda considerar toda a sistemática política organizada para preservar o poder das Oligarquias, baseada no voto de cabresto e no coronelismo.



Veja o número de votos dos presidentes do período: 





Presidente eleito
eleito com:
% votantes da Populaçao
Prudente de Morais
276.583 votos
2,2%
Campos Salles
420.286 votos
2,7%
Rodrigues Alves
592.039 votos
3,4%
Afonso Pena
288.285 votos
1,4%
Hermes da Fonseca
403.867 votos
3,2%
Venceslau Brás
532.107 votos
2,4%
Epitácio Pessoa
286.376 votos
1,5%
Arthur Bernardes
466.877 votos
2,9%
Washington Luís
628.528 votos
2,3%
Júlio Prestes
1.091.709 votos
5,7%


A Era de Vargas


Esse período da história iniciou-se em 1930 e estendeu-se até 1945, marcado pela centralização do poder e, portanto pela ausência de eleições presidenciais. Vargas ascendeu ao poder em 3 de novembro de 1930, um mês após o inicio do movimento militar contra Washington Luís. O seu governo "provisório “durou quatro anos, e foi marcada não só pela ausência de eleições presidenciais, como também pela intervenção nos Estados, nos quais foram nomeados interventores, fiéis a Vargas. Fruto de vários movimentos de oposição, incluindo a Revolução de 32, Vargas convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que encerrou seus trabalhos em 34, escolheu indiretamente Vargas como presidente, com mandato de 4 anos, e marcando eleições diretas para 1938. Mais uma vez Vargas esticou seu mandato com o golpe de 37, iniciando a ditadura do Estado Novo, que durou até 1945. 

República Liberal 

No final de 1945 chegou ao fim a ditadura de Vargas e o país viveu um processo de redemocratização. As eleições presidenciais forma restabelecidas, dentro de novos padrões, definidos desde a Revolução de 30. A Justiça Eleitoral passou a efetivamente funcionar e deu maior credibilidade ao processo eleitoral e, finalmente, as mulheres puderam participar concretamente das eleições. Com isso cresceu muito o número de eleitores. Em 1945 o General Dutra foi eleito Presidente da República com mais de 3 milhões de votos, num processo onde participaram cerca de 6 milhões de pessoas, representando 13,4% da população. Durante esse período, marcado pela crise econômica e política, o Brasil teve vários homens ocuparam a cadeira de Presidentes da República, porém foram eleitos apenas Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e Jânio Quadros, esse último em 1960, quando o país possuía perto de 70 milhões de habitantes e 15,5 milhões de eleitores.


Ditadura Militar 


Ao instituir o sistema de eleições indiretas, o regime militar interrompeu o processo crescente da população na escolha dos dirigentes do país e inventaram eleições presidenciais através do Colégio Eleitoral. Essa criação obedeceu ao único propósito de manter a escolha do presidente da República sob controle dos militares e das elites políticas que os apoiavam. Era um sistema mais restrito do que o sistema eleitoral da República Velha, onde o escolhido da oligarquia tinha que enfrentar o processo eleitora, por mais que fosse viciado. Cada um dos presidentes militares foi referendado pelo Colégio Eleitoral, cujas regras para sua composição foram especialmente criadas em função das necessidades de ocasião. O primeiro presidente militar, Marechal Castelo Branco foi "eleito" em 11 de abril de 64, dois dias depois de editado o Ato Institucional nº 1, pelo Congresso Nacional expurgado de dezenas de parlamentares presos ou cassados. O general Costa e Silva foi eleito em 3 de outro de 66 por 295 votos de deputados e senadores da ARENA, 41 abstenções e 136 parlamentares do MDB ausentes. O terceiro presidente-militar, Emílio G. Médici, teve sua escolha referendada pelo Congresso Nacional em 1969, sendo que mais uma vez o legislativo havia sido expurgado, efeito direto do AI-5, decretado em dezembro do ano anterior. "Em 1973, as vésperas da indicação do quarto governante militar, Médici promoveu a reformulação do Colégio Eleitoral. A nova fórmula estabelecia que seria composto pelos deputados e senadores e ainda por 3 delegados de das Assembleias Legislativas (estaduais) e mais um para cada 500 mil eleitores inscritos no Estado. Com essas regras foi eleito Ernesto Geisel em 1974." A última escolha militar foi o general Figueiredo, eleito pelo Colégio Eleitoral em 1978. Para essa eleição várias modificações anteriores foram realizadas no Colégio Eleitoral, como a eleição indireta do 1/3 dos senadores (apelidados biônicos), a divisão do estado de Mato Grosso e a União do Estado da Guanabara com o Rio de Janeiro. Dessa maneira o número de deputados e senadores da ARENA aumentou, compensando a derrota eleitoral do governo nas eleições de 1974. Mesmo considerado o "presidente da abertura", Figueiredo preocupou-se com a eleição de seu sucessor. O partido do governo, agora denominado PDS, realizou uma série de manobras para permanecer no poder e tentar contrariar o movimento social pelas eleições diretas que se organizava desde o final de 1983. A última grande manobra foi a rejeição da Emenda Constitucional do deputado Dante de Oliveira que introduziria no país a eleição direta para Presidente da República. O primeiro presidente civil da República, depois do regime militar, Tancredo Neves, também foi eleito indiretamente e teve seu mandato cumprido pelo vice, José Sarney. O Brasil teve ainda mais um presidente não eleito diretamente, Itamar Franco, que assumiu a presidência dentro dos preceitos constitucionais, dado o processo de impeachment de Fernando Collor. 

Por Cláudio Recco, do HISTORIANET




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

MERITOCRACIA NAS EMPRESAS



Ser promovido é o desejo de 10 entre 10 funcionários hoje em dia. Todos eles desejam ser reconhecidos pelo ótimo trabalho (na visão deles) que desempenham em suas atividades dentro da empresa, gerando uma expectativa enorme em torno disto, que, muitas vezes, não é atendida conforme gostariam.

Esta situação ocorre em diversas organizações mundo afora, por razões diferentes, pois cada caso é um caso, porém sempre com o mesmo rótulo “é panela”. Invariavelmente, os funcionários que não conseguem ser promovidos antes daquele colega de trabalho que não vai com a sua cara afirmam que foram “panelados” pelo chefe, ou seja, foram deixados de lado para que outras pessoas menos capazes (também na visão deles) pudessem ser promovidas.

Porém, o que muitos destes funcionários não param para analisar é se realmente tinham capacidade de assumir o novo cargo, se realmente ele é melhor que a pessoa que foi promovida. Para tentar resolver estas questões, muitos gestores se utilizam de avaliações de desempenho para analisar seus colaboradores corretamente, mas nem sempre esta prática é bem vista pelos funcionários de uma organização. Geralmente, estes programas de avaliação de desempenho são inadequados e não contemplam todas as variáveis necessárias de serem avaliadas.

Meritocracia

É neste momento que surge a famosa e contestada meritocracia nas empresas. Meritocracia (do latim mereo, merecer, obter) significa premiar os funcionários pelo seu desempenho e resultados alcançados, levando-os aos postos mais elevados na hierarquia através de seus próprios méritos.

A meritocracia é muito utilizada em empresas que possuem um alto nível de competitividade no mercado, que precisam reter seus melhores talentos antes que eles se mudem para a concorrência. É através dela que os gestores mostram que estão acompanhando de perto o desenvolvimento destes profissionais. É assim, também, que os funcionários se sentem observados e avaliados da melhor forma, sem temer o famoso “QI” (quem indicou), comum nas organizações desde que o mundo é mundo.





Porém, como em todo assunto relevante para a Administração, a Meritocracia provoca algumas discussões sobre a forma como os funcionários se relacionam no ambiente de trabalho, seu comprometimento e dedicação com as tarefas. E também a percepção que seus gestores tem sobre estas questões.

A Psicóloga educacional e empresarial, Silvia Osso, questiona esta situação em seu blog e dá um exemplo de uma situação em que a Meritocracia gera algumas discussões importantes no meio empresarial, confira:

“Veja o caso de um Gestor que tem dois colaboradores do mesmo nível, que ganham o mesmo salário e têm o mesmo plano de benefícios. Um é pontual, cumpre prazos, é confiável e seu trabalho é de qualidade; o outro, nem tanto. Quem está sendo recompensado? Naturalmente, o segundo. Matematicamente, o segundo ganha mais porque faz menos. E como fica a motivação do primeiro? Se isso acontece em sua empresa, cuidado! É uma das melhores receitas para reter os segundos e perder os primeiros…”.

Neste caso apresentado, é muito fácil medir a diferença de desempenho entre os trabalhadores, por causa das mesmas condições de trabalho e remuneração, mas nem sempre é assim. Por isso, é importante que o gestor que decida por implementar a Meritocracia em sua empresa fique de olhos abertos com relação ao comportamento de seus funcionários, seus hábitos de trabalho e as relações com os demais colegas. Uma boa observação destes fatores pode facilitar a implantação de possíveis modificações no processo de análise de desempenho na empresa.

É sabido que a Meritocracia gera diversos problemas para a empresa, no que diz respeito à insatisfação de alguns funcionários, mas é preciso lembrar que ter um sistema de avaliação de desempenho baseado realmente no desempenho do funcionário é muito melhor do que o velho sistema de indicação e coleguismo. Por isso, os colaboradores precisam também apoiar a empresa nesta avaliação e focar mais no trabalho do que em questões afins. Assim, os melhores talentos sempre se sobressairão, chamando a atenção dos gestores para si.

E você, já foi avaliado em alguma análise de desempenho? O que pensa sobre a meritocracia nas empresas? Deixe sua opinião, comente!

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE - O QUE É E COMO FUNCIONA



er um líder nos dias de hoje não é uma tarefa muito fácil, dada a variedade de perfis profissionais que precisam ser liderados nas empresas. São pessoas de todos os tipos, origens e formações, com capacidades e habilidades diferentes, carregando sonhos e ambições distintas. Por isso, é importante saber exatamente como liderar essas pessoas.
E um segredo para liderar bem e manter a equipe sob controle, mantendo sua motivação em alta é saber exatamente como delegar autoridade a seus colaboradores. Porém, nem todo profissional sabe o que é realmente delegar autoridade a alguém, muito menos sabe quais são as técnicas de delegação existentes.
Por isso, hoje falaremos um pouco sobre o que é e como funciona a delegação de autoridade, também conhecida como empowerment.

O que é a delegação de autoridade?
Segundo Idalberto Chiavenato, em sua obra “Introdução à Teoria Geral da Administração“, delegação é “o processo de transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores na hierarquia”. Esta delegação de autoridade possui diversas técnicas que podem ser utilizadas para maximizar o seu alcance. Chiavenato, na mesma obra, as define como:
Técnicas de delegação
Delegar a tarefa inteira – O gerente deve delegar a tarefa inteira a uma pessoa ao invés de subdividi-la entre várias pessoas. Isso dá a cada indivíduo a responsabilidade completa e aumenta sua inciativa enquanto proporciona ao gerente melhor controle sobre os resultados.


Delegar à pessoa certa

Nem todas as pessoas têm as mesmas capacidades e motivações. O gerente deve conciliar o talento da pessoa com a tarefa para que a delegação seja eficaz. Deve identificar os subordinados que são independentes em suas decisões e que demonstram desejo de assumir responsabilidades.

Delegar responsabilidade e autoridade

Designar apenas tarefas não constitui uma delegação completa. O indivíduo deve ter responsabilidade para realizar a tarefa e a autoridade para desempenhar a tarefa da maneira que julgar melhor.

Proporcionar informação adequada

A delegação bem-sucedida inclui informação sobre o quê, por que, quando, onde, quem e como. O subordinado deve compreender a tarefa e os resultados esperados, as provisões e os recursos necessários e para quem e quando os resultados deverão ser apresentados.

Manter retroação

Retroação significa linhas abertas de comunicação com o subordinado para responder questões e proporcionar orientação, mas sem exercer controle. A retroação dá ao subordinado a pista certa, e as linhas abertas de comunicação aumentam a autoconfiança.

Avaliar e recompensar o desempenho

Quando a tarefa é executada, o gerente deve avaliar os resultados e não os métodos. Quando os resultados não alcançam as expectativas, o gerente deve montar os erros e as consequências  Quando alcançam ou ultrapassam as expectativas, o gerente deve recompensar o trabalho bem feito com orgulho, recompensas financeiras e delegação de novas atividades.

Saber como delegar autoridade em uma empresa é muito importante para que haja uma distribuição de tarefas e responsabilidades, fazendo com que cada vez mais funcionários tenham embasamento para tomar decisões e definir estratégias em suas funções.
Quanto maior a quantidade de níveis hierárquicos, maior a necessidade de delegar autoridades. Porém, muitas empresas nos dias de hoje, procuram enxugar seus níveis hierárquicos, eliminando burocracias e perda de tempo nas tomadas de decisão. E a delegação de autoridades pode ajudar muito neste processo. Além de ser um importante aliado na gestão e liderança de equipes de trabalho.



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A MAQUIAGEM FAZ PARTE DOS PONTOS POSITIVOS NO MUNDO CORPORATIVO


Quem já não ouviu, pelo menos uma vez na vida, que a primeira impressão é a que fica? Segundo especialistas as pessoas têm condições de avaliar um individuo entre os 06 e 30 primeiros segundos. 

Assustador não? Por isso é muito válido lembrar que "Você nunca terá uma 2a chance de causar uma 1a boa impressão". 

Estar preparado para as exigências do mundo corporativo vai além de conhecimentos técnicos, exige de cada individuo uma série de outros fatores e a boa aparência é uma aliada determinante. 

Por isso, a maquiagem, quando adequada, pode contribuir com a sua carreira. 

Entretanto é fundamental o bom senso, uma vez que a maquiagem tem a mesma função de um acessório, ou seja, deverá ficar fora do make os excessos (cílios postiços, sombras brilhosas, batom vermelhos, delineador acentuado). Afinal, é sempre bom lembrar que mais é menos.  Mas há também aquelas que não gostam de maquiagens e vão trabalhar de "cara lavada", o que pode passar um ar de desleixo, cansaço, descuido e/ou falta de motivação. Ambas situações podem prejudicar a imagem que você gostaria e precisa transmitir. 

Nesse contexto, pode-se afirmar que a maquiagem precisa ser suave, a ponto das pessoas terem uma boa impressão ao olhar para seu rosto, precisa ser sutil, cujo impacto seja positivo. Nada de "chocar" seu chefe com aquela sombra Pink/esfumaçada da moda, ou delineador verde bandeira. 


A dica é simples: Escolha um bom corretivo, para disfarçar as olheiras, um pó facial para tirar a oleosidade da pele, um delineador - com traços finos - para destacar os olhos, um blush para destacar, sutilmente, as maçãs do rosto e um batom com cores cleans. 

Nesse sentido, observa-se que uma carreira é composta do tripé: Competência técnica, Competência pessoal e imagem. 

E se você não sabe se maquiar, vale até um curso rápido! 

Sugestões de casa de cosméticos: 


terça-feira, 10 de novembro de 2015

ATENDIMENTO TELEFÔNICO


Embora pareça tarefa fácil atender a uma ligação, precisamos ficar atentos e principalmente evitar os famosos jargões: Querida, meu bem, flor, meu amor e o que mais a imaginação permitir, que insistem em roubar a cena em uma simples chamada telefônica. Se não fosse trágico, seria cômico!

Outro aspecto polêmico é: Informar ou não a quem liga se o executivo está no escritório? A resposta é simples: DEPENDE.

Depende da orientação que o Secretário receberá do Executivo e só caberá A ELE essa decisão. Muitos Secretários, a medida que conhecem o perfil do chefe, se sentem a vontade para tomar esta decisão. ESTÁ ERRADO! Pois apenas ele saberá o quão importante é a chamada.

A verdade é que não há uma fórmula para o esse atendimento e cada chamada terá sua particularidade. Não há uma regra pré-estabelecida.

O que caberá, em qualquer situação, será uma postura simpática e educação acima de tudo, inclusive naquelas situações em que o cliente nos escolhe para Cristo!

A seguir algumas dicas sobre o assunto: 

Identifique-se e utilize o nome do cliente. Ninguém gosta de falar com uma fonte desconhecida, por isso, o atendente da chamada deve identificar-se assim que atende ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar o cliente pelo nome. Este toque pessoal, embora pareça uma características apenas de Call Center, faz com que o cliente se sinta importante. Ao realizar uma chamada, identifique-se antes de perguntar, por exemplo, se o fulano de tal está. Exemplo: “Boa tarde, meu nome é Simara, sou secretária do Doutor fulano, diretor da empresa tal, e ele gostaria de falar com o Dr. Sicrano de tal" Aqui você já economizou tempo, pois se identificou, informou o seu nome, o nome de quem você representa, o nome da empresa e o que você deseja.

Assumir a responsabilidade pela resposta: A pessoa que atende ao telefone deve considerar o assunto como seu e garantir ao interlocutor uma resposta rápida. NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA DIGA "Não sei". Se não for mesmo possível resolver o assunto, apresente formas alternativas para fazê-lo.

Número de vezes que se deixa o telefone tocar: Atenda o quanto antes, pois do contrário dá a impressão de desorganização.

(Parece básico, MAS não é) Saudação inicial: jamais atenda falando “alô”, como se estivesse em sua casa. No atendimento profissional, o correto é falar o nome da empresa, nome de quem está atendendo e a saudação de acordo com o horário do telefonema. Mesmo que seja a centésima ligação do dia, atenda como se fosse a primeira.

Volume da voz - Quando soa muito alto pode parecer grosseira e ineficaz. Quando soa muito baixo dificulta a comunicação. Falar alto ao telefone somente pode ser feito se a ligação estiver ruim e o cliente manifestar esse problema, solicitando que se aumente o volume da voz.

Seja organizado: Não deixe a pessoa esperando enquanto procura uma caneta, pedindo para esperar um minutinho. O mínimo que alguém que atenda ao telefone em uma empresa deve ter bem próximo de si é uma caneta e um bloco de papel. (Essa regra não é válida apenas para nós, Secretários)

Seja profissional no trato com as pessoas que liguem para sua empresa: Utilize o telefone para agradar, fazendo desse contato um momento mágico, e nunca um momento trágico.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

NEPOTISMO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA




A Administração Pública moderna foi implementada para acabar com o patrimonialismo, cujas principais características são a confusão entre o que é público e o que e privado, o clientelismo, o nepotismo, a corrupção.

Em período absolutista-monárquico europeu o poder passava de pai para filho, os dirigentes poderiam se apropriar dos bens públicos sem qualquer controle, havia uma casta privilegiada ao redor do governante, com privilégios especiais. Características claras do patrimonialismo, que infelizmente existem ainda hoje no Poder Público em decorrência da não aplicação de várias regras burocráticas.

A Administração Pública profissionalizada, o Direito Administrativo, o regime jurídico administrativo, foram criados para acabarem com o patrimonialismo, para que a “engrenagem” funcionasse para que o Estado pudesse cumprir com seus deveres constitucionais.

No Brasil, foi a partir do governo de Getúlio Vargas que o concurso público foi implementado para alguns cargos, sendo que apenas com a Constituição de 1988 o concurso foi implementado para todos os cargos e empregos públicos, a não ser os temporários, que podem ser contratados por teste seletivo simplificado, e os ocupantes de cargos comissionados. Ou seja, a regra é o concurso público.

Os comissionados existem para que os governantes, que vencem democraticamente as eleições com a participação de todos os cidadãos, possam implementar suas políticas públicas. Por isso sou contra que no Poder Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Contas existam cargos e funções comissionadas. Nesses poderes deveriam haver apenas servidores concursados para o funcionamento da máquina pública.

Mas nos Poderes Legislativo e principalmente no Poder Executivo os comissionados são essenciais. Por exemplo, um governador que vence a eleição com uma proposta mais social, apenas poderá transformar essas propostas em políticas públicas de fato, cumprindo com seu programa eleitoral, com o auxílio de pessoas de sua confiança ideológico-técnica.

O concurso público garante o atendimento ao princípio da impessoalidade na Administração Pública. Mas no caso dos comissionados não se pode falar em atendimento ao princípio da impessoalidade. Pelo contrário. Para ocupar os cargos comissionados o governante eleito não tem como atender a impessoalidade. Ele escolherá pessoas de sua confiança técnica e ideológica.

No Brasil são dois os grandes problemas com relação aos comissionados. Primeiro: há um exagero no número de cargos e funções comissionadas. Segundo: o entendimento majoritário na doutrina e jurisprudência de que o governante é livre para escolher quem bem entender nos cargos e funções de confiança.

Propõe-se acabar com os cargos e funções de confiança no Poder Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Contas, nos quais comporiam apenas servidores concursados. Todos com uma competência técnica após passarem em concurso público. Nos Poderes Legislativo e Executivo diminuição drástica dos cargos/funções comissionadas, com no máximo 5% ou 10% dos cargos poderem ser ocupados com pessoas de confiança do governante.

Além disso, os cargos de chefia, direção e assessoria, de confiança, deveriam ser ocupados por pessoas escolhidas pelos governantes, mas desde que a autoridade JUSTIFIQUE a escolha, nos termos do princípio da motivação, conforme posição já externalizada nesse sentido pelo professor doutor Romeu Felipe Bacellar Filho.

Ou seja, um secretário municipal ou estadual, um ministro de Estado, um diretor de uma empresa estatal, um assessor, apenas poderia ser escolhido pelo governante, se essa autoridade expusesse no ato administrativo o motivo dessa escolha. A pessoa deveria ser especialista sobre a área da secretaria, ou sobre gestão pública.

Assim, o Tribunal de Contas, o Ministério Público, o Poder Judiciário e, o mais importante, a população, que exerce o controle social, poderá fiscalizar se realmente a justificativa da escolha existe e se ela é aceitável.

Um cabo eleitoral recém formado em Direito escolhido como Diretor Jurídico de uma grande empresa estatal? Não pode! Um farmacêutico irmão do presidente da República que nunca administrou nada, nem na iniciativa privada e muito menos no Poder Público, escolhido como Ministro da Fazenda? Não pode! Claro que apontei casos de certeza positiva, e muitas vezes a discussão fica numa zona cinzenta, dentro de uma subjetividade. Mas cada caso concreto poderá ser controlado pelos órgãos públicos ou população se são casos com justificativas convincentes ou não.

Caso uma escolha equivocada seja feita, sem justificativa, ou com uma justificativa que não seja convincente, o ato administrativo poderá ser anulado pela Administração Pública ou pelo Poder Judiciário.

Apenas recentemente o Ministério Público do Estado do Paraná vem questionando a Assembleia Legislativa do Paraná e as Câmaras Municipais pela redução dos cargos comissionados, o que é algo louvável. O MP está exigindo que o número de comissionados não seja maior do que 50% dos cargos existentes. Entende-se que 49,9999% ainda é muito, mas já é um começo de atuação louvável pelo MP.

Mas a doutrina e jurisprudência majoritária não exige a motivação dos atos de nomeação dos servidores comissionados.

O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante 13, que proíbe o nepotismo na Administração Pública brasileira, para cargos de servidores comissionados, inclusive o chamado “nepotismo cruzado”. Não vedou a contratação de parentes para cargos de agentes políticos, como de secretários estaduais e municipais e ministros.

Entende-se que se o STF questionasse a falta de motivação dos atos de escolha dos comissionados e a quantidade exagerada, irrazoável e desproporcional, de cargos/funções de confiança, seria uma atuação mais importante.
Infelizmente, com a Súmula 13 do STF, muitos governantes, impedidos de escolher parentes em cargos comissionados, acabam escolhendo parentes sem a devida competência para ocuparem cargos de secretários/ministros.

Outra forma de burlar a Súmula é a contratação de parentes por meio de contratos de terceirização/privatização, convênios com entidades do Terceiro Setor, termos de parceria com OSCIPs e contratos de gestão com OS – Organizações Sociais.

Sem justificativa na escolha, muitas vezes pode ser até mais prejudicial para a Administração Pública a contratação de cabos-eleitorais do que parentes. O problema não é a relação de parentesco, a relação partidária, a relação pessoal. O problema é a escolha sem motivação e o alto número de cargos/funções comissionadas.

Muitos podem dizer que não basta a motivação do ato de escolha. Que um parente em cargo comissionado não será tão controlado pelos órgãos de controle interno. Ora, esse mesmo órgão de controle interno então não fará um controle eficaz também sobre o próprio prefeito ou governador eleito. Esse exemplo traz a necessidade de melhorarmos os controles internos na Administração Pública, previstos constitucionalmente, com controladores concursados e com a autonomia necessária para fiscalizarem os chefes do Poder Executivo e do Poder Legislativo, seus parentes e cabos eleitorais escolhidos para cargos comissionados ou qualquer outra questão de interesse público.

O grande problema na Administração Pública não é a existência de poucos parentes, com a devida habilidade/competência, em alguns cargos comissionados. Mas sim que parentes, cabos eleitorais e financiadores de campanha tenham preferências em concursos públicos, licitações e demais processos administrativos (ou a falta deles) realizados na Administração Pública brasileira.



Tarso Cabral Violin – advogado, professor e palestrante em Direito Administrativo, mestre em Direito do Estado pela UFPR, editor-presidente do

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

EMPREGADA OU SECRETÁRIA?





Uma não substitui a outra; uma não é melhor do que a outra. Ambas são indispensáveis, cada uma em seu ambiente de trabalho. Ouvi em algum lugar que o número de empregadas domésticas tem diminuído de ano a ano no Brasil. É uma boa notícia. A oferta de empregos aumentou e essas profissionais estão buscando colocação em outros setores, onde possam ganhar mais e alinhavar um plano de carreira. 


Pode ser bom inclusive para seus empregadores, que terão que se adaptar a um novo estilo de vida: eles próprios farão os afazeres domésticos, convocando a família inteira para colaborar. Ninguém morre se tiver que cozinhar e lavar uma louça, e me parece digno que os filhos entrem nesse mutirão, se preparando melhor para a vida. Hoje não mexem um dedo porque tem uma Maria que faz tudo por eles. Pois a Maria, segundo estatísticas, não quer mais ser empregada doméstica, e sim ter um status mais elevado. Quem sabe, ser uma secretária. 



Muitas pessoas chamam suas empregadas de secretárias, na boa intenção de prestigiá-las. Acho estranho. Então devemos chamar as verdadeiras secretárias de quê? Empresárias? Pessoas que promovem verbalmente suas funcionárias acreditam estar valorizando-as, mas parece o contrário: demonstram que ser empregada doméstica não é honroso, a ponto de fingirem que elas são outra coisa. Se eu me referisse à minha empregada como "secretária", creio que estaria revelando desdém a sua real função. Seria o mesmo que chamar o peão-de-obra de engenheiro ou a garçonete de chef de cozinha. 


Um upgrade de mentirinha. Algumas empregadas domésticas ainda não são totalmente alfabetizadas. Não dominam o uso do computador. Não controlam a agenda profissional de seus patrões. São exímias cozinheiras, arrumadeiras, braços direitos das famílias, mas não fazem o que uma secretária faz. Assim como secretárias podem não saber fritar um ovo e nem passar direito uma camisa. Uma não substitui a outra. 

Uma não é melhor que a outra. Ambas são imprescindíveis, cada uma em seu ambiente de trabalho. Se a palavra "empregada" parece pejorativa, pode-se chamá-la de funcionária, que é o que ela é também. Já chamá-la de secretária apenas expurga a culpa do patrão, que não quer parecer um senhor do engenho, do tipo que tem escravos. Ou seja, ele se utiliza de um eufemismo para provar que respeita todos os direitos trabalhistas da sua funcionária. 

Nem se dá conta de que esse pudor com a palavra empregada talvez desmereça as profissionais que tiveram a chance de estudar mais e que fizeram cursos preparatórios para trabalhar numa empresa e não numa casa de família. 

Secretárias não fazem trabalho doméstico, e sim de escritório. Apesar de eu nunca ter lido nenhuma pesquisa a respeito, tenho a impressão de que elas devem se sentir desconfortáveis ao verem as duas funções confundidas. 


Eu, às vezes, me confundo. Outro dia me disseram: vou te levar lá em casa para provar o suflê de queijo que a minha secretária preparou. Logo pensei: coitada, fazendo hora extra. 



(Martha Medeiros)