sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO APLICÁVEIS NA GESTÃO DE UMA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO: O CASO DO INSTITUTO BRANDÃO – IBR


Autora:

1 Acimarleia Correia Silva Freitas -  
Secretariado Executivo.

Resumo

Este trabalho faz uma análise do Instituto Brandão – IBR, empresa que presta serviço na área de saúde, buscando identificar nas práticas organizacionais as Teorias da Administração estudadas por alunos da Faculdade Juvêncio Terra, como uma prática de pesquisa que atrela a teoria da disciplina de Administração à realidade empírica das empresas. Como instrumentos metodológicos utilizaram-se a pesquisa bibliográfica e a observação participante, tendo como instrumento a entrevista. O estudo evidenciou que no IBR foram encontradas várias características e abordagens das Teorias, evidências de empresa considerada de pequeno porte, em evolução e crescimento nas práticas administrativas, fato que reforça a “diversidade” de teorias encontradas nas práticas organizacionais do IBR.


Desenvolvimento

À luz das teorias da Administração estudadas na disciplina Introdução à Administração, alunas da Faculdade Juvêncio Terra, fizeram uma pesquisa procurando identificar, nas práticas organizacionais o Instituto Brandão IBR, as teorias da Administração, a saber: Administração Científica Clássica; Teoria Clássica;  O movimento de Relações Humanas; Abordagem Estruturalista; Abordagem Neoclássica; Behaviorismo; Abordagem Sistêmica;  Abordagem Contingencial; e, por fim, algumas  estratégias modernas de gestão.

A visita ocorreu no dia l7 de maio 2006, momento em que as acadêmicas foram recebidas pela administradora da organização para visita e realização da observação participante, nas atividades desenvolvidas nas práticas organizacionais. Em outra oportunidade, e como forma de retomada de algumas questões que ficaram obscuras, foi também utilizada uma entrevista, via internet (SKYPE), com a administradora do IBR.

A supramencionada empresa é uma prestadora de serviço na área de saúde, oferecendo serviços em várias áreas médicas, a saber: Ortopedia / Traumatologia, Neurologia, Radiologia, Ultra-Sonografia, Tomografia, Ressonância Magnética, dentre outras. Observou-se a existência de equipamentos tecnológicos de ultima geração, a exemplo dos equipamentos de Ressonância Magnética e de Oxigenoterapia Hiperbárica, únicos em Vitória da Conquista e toda região Sudoeste. A Instituição possui a sua estrutura hierárquica dividida em Diretoria Geral, Direção de Recursos Humanos e Direção Clínica. A análise da respondente é que há uma demanda crescente de clientes e a concorrência na área de atuação da empresa é pequena.

A empresa tem como parceiros os médicos, que são os profissionais que geram os serviços; os planos de saúde e os hospitais que dão suporte, no caso de haver necessidades como: Banco de Sangue, Laboratório de Análises Clínicas e UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O IBR acompanha a evolução da medicina e trabalha com uma gestão participativa, uma vez que todos os coordenadores – das áreas de Faturamento, de Atendimento/Internamento, de Compras/Manutenção, de Recursos Humanos e de Enfermagem – apresentam seus projetos juntamente com suas equipes de trabalho e discutem com a administração as possibilidades de implantação. As funções são bem distribuídas em um organograma e a política empresarial está vinculada à capacitação de seus funcionários em seminários anuais e reuniões periódicas de assuntos afins. Os colaboradores passam por avaliações de desempenho mensais, sendo que a organização também desenvolve atividades que corroboram a motivação individual, tais como brindes, gratificação salarial e prêmios anuais, a exemplo de televisão e viagem.

A empresa encontra-se em um processo de transição, pois, de uma administração familiar, está transformando-se em uma administração mais profissional.

Na visão da direção a situação política/econômica do país não afeta as empresas de maneira igual, pois isso depende da situação financeira em que se encontra a organização e do tipo de produto oferecido.  Uma das políticas mais importantes dentro de uma empresa é a forma com que ela se relaciona com o mercado. Se ela tem em seu quadro de pessoal, colaboradores com facilidade de relacionamento interpessoal, de negociação e de proatividades, a empresa encontrará formas de sair de suas turbulências.

Baseado em estudos literários de Teorias da Administração, percebeu-se que a organização citada tem aspectos e peculiaridades de algumas Teorias da Administração, a seguir detalhadas, com a apresentação sucinta de informações de caráter que justifiquem a ‘opção’ da pesquisa.

Com relação à capacitação, avaliação de desempenho e valorização dos colaboradores, vê-se o movimento de Relações Humanas bem evidente nas práticas, a exemplo de algumas características ressaltadas por Chiavenato (2000), como o nível de produção é resultante da integração social; o comportamento social dos empregados; as recompensas e sanções sociais; grupos informais; as relações humanas; a importância do conteúdo de cargo; e, por fim, a ênfase nos aspectos emocionais.

Paralelamente, observa-se, ainda, resquício da Teoria Científica de Taylor, materializado nas práticas de avaliação do desempenho a partir de gratificações das melhores equipes e funcionários, demonstrando uma visão do homo economicus, onde o trabalhador é influenciado exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais (Chiavenato, 2000).

Na estrutura do organograma utilizado pelo IBR verifica-se a Teoria Clássica de Fayol, com uma organização constituída numa abordagem sintética, global e universal. A empresa apresenta-se institucionalizando uma abordagem anatômica e estrutural, que parte do todo da organizacional e da sua estrutura para garantir a eficiência a todas as partes envolvidas, sejam órgãos (como seções, departamentos) ou pessoas (como ocupantes de cargos e executores de tarefas). Reconhecem a organização como uma estrutura de órgãos e cargos, utilizando-se de uma concepção antiga de organização, como influência das organizações militar e eclesiástica.

Nesta perspectiva, a empresa IBR estabelece uma linha de autoridade que interliga as posições e define quem é subordinado a quem; significa que cada empregado individualmente deve estar  subordinado e se referir a um só superior. 

Com relação às características da Abordagem Estruturalista, como um diálogo à Teoria das Relações Humanas, o IBR apresenta uma interação entre os grupos de trabalho e dela com relação a outras empresas do mesmo ramo de atividade, uma discussão empreendida na sociologia organizacional, que, segundo. Organ (1996) abrange o estudo das organizações, no que se refere às formas como elas estão organizadas e estruturadas.

A administração do IBR é vinculada a um processo operacional distribuído por funções, como: planejamento, organização, direção e controle tipicamente identificados com a abordagem Neoclássica da Administração (Chiavenato, 2000). Nesse sentido, as práticas organizacionais da empresa em estudo caracterizam-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da administração, focando, essencialmente resultados concretos e palpáveis na área de atendimento médico.

Cabe ressaltar, ainda, que as práticas identificadas como características da Abordagem Neoclássica, presentes no IBR, funcionam como uma retomada do referencial desenvolvido pela Teoria Clássica, a partir de uma releitura e reestruturação de conceitos e práticas, agora antenadas às contingências da época atual.

Algumas características inerentes a Abordagem Sistêmica também pode ser extraída da realidade empírica do IBR: a empresa é composta de vários subsistemas – as diretorias, coordenações e setores; há uma interação e reciprocidade entre estes subsistemas; e, por fim, as diretorias acompanham demandas do ambiente externo – o mercado e as tecnologias nacionais e internacionais.

O IBR tem uma prática voltada à gestão participativa, com a solidarização de tomadas de decisão, a democratização das práticas e conceitos administrativos de toda a Clínica aos grupos de trabalho, incentivando as inovações e sugestões de mudanças em qualquer nível da estrutura organizacional.  Assim, vê-se que com relação às estratégias modernas de gestão, no IBR também se vislumbra práticas que coadunam com uma evolução da visão administrativa, seja nos âmbitos de representação, de liderança e de qualidade; seja também na formulação e estratégia; bem como na relação que estabelece com clientes, pessoas, procedimentos e controle de resultados.

Conclusivamente, reiteramos que se trata de uma empresa considerada de pequeno porte, em evolução e crescimento nas práticas administrativas, fato que reforça a “diversidade” de teorias encontradas com o estudo das. “Teorias da Administração aplicáveis na gestão de uma empresa de prestação de serviço: o caso do Instituto Brandão – IBR”, informações que podem prospectar novos universos de investigação acadêmica.

Bibliografia


ALBRECHT, K.; BRADFORD, L. J. Serviços com qualidade: a vantagem competitiva – como entender e identificar as necessidades dos seus clientes. São Paulo: Makron, 1992.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria, Processo e Prática. São Paulo: Mc Graw Hill Ltda, 2000.

MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.

SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende. São Paulo: Best Seller, 1998.