segunda-feira, 9 de junho de 2014

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: A REAFIRMAÇÃO DE VALORES NO AMBIENTE DE TRABALHO




Você conhece ou utiliza a sua inteligência emocional? Aliás, o que é inteligência emocional? Quando buscamos informações sobre esse assunto, acabamos nos deparando com artigos escritos por profissionais de recursos humanos ou recrutamento e seleção, mas é muito importante sabermos que a inteligência emocional não é analisada somente nas avaliações de desempenho ou nas entrevistas de emprego. Muito pelo contrário, essas situações são somente a porta de entrada para que o outro possa conhecer a nossa personalidade. A partir daí, é nosso trabalho nos conhecermos e desenvolvermos a nossa inteligência emocional.

As entrevistas pelas quais passamos, ultimamente, estão mais interessadas em nos conhecer como seres humanos do que como colaboradores, o que faz muito sentido, pois nossas qualificações e experiências podem ser descritas em um currículo ou medidas por provas e avaliações, enquanto nosso comportamento... Bem, esse só pode ser conhecido por conversas e observações.

Antigamente, acreditava-se que uma pessoa de raciocínio lógico matemático era inteligente, enquanto outra, que tivesse mais dificuldade, possuía uma baixa inteligência. Com o passar do tempo, alguns estudos e muita observação, percebeu-se que aquelas pessoas que sentavam-se na frente da sala de aula e não conversavam com ninguém para poderem prestar atenção somente na matéria, acabavam não conseguindo se relacionar com sucesso, tanto em sua vida pessoal quanto na vida profissional.

No livro Inteligência Emocional, o autor Daniel Goleman retoma essa discussão a respeito da inteligência e destaca a importância de outra inteligência que não podia ser medida por tempo de respostas, lógica ou cálculos, mas sim por meio do comportamento e da forma de se relacionar com outras pessoas. Agora, a inteligência emocional passou a ser valorizada.

A inteligência emocional é a capacidade de conhecer o ambiente em que você trabalha ou convive, os indivíduos que estão nesse ambiente e, principalmente, nós mesmos. Isso porque se não formos capazes de conhecermos as nossas dificuldades, nossos traumas e nossos vícios, será impossível criar uma ponte no relacionamento entre o eu e o outro. É preciso que os dois lados sejam identificados para saber de que maneira essa ponte deverá ser construída.

Precisamos estar dispostos a conhecer e compreender o comportamento de todos, pois o comportamento muda de pessoa para pessoa. Alguns são mais extrovertidos, outros nem tanto, mas não é isso que definirá se seremos bons profissionais. Uma pessoa aparentemente tímida pode ter muito sucesso se ela souber como e quando se impor. E é aí que entra a inteligência emocional, em observar, avaliar e saber como se comportar em diferentes situações.

Um exemplo muito comum no Brasil pode ser observado no jeito como o brasileiro acredita que falar difícil é ser inteligente. Porém, não é nada inteligente fazer um discurso rebuscado para um grupo de adolescentes em uma comunidade carente. Inteligente seria comunicar-se de acordo com o que o grupo está acostumado e de maneira assertiva. Já está na hora de mudarmos o discurso para “sou responsável pelo que eu falo e também pelo que você entende”. Por isso precisamos conhecer e estudar as pessoas com quem vamos nos comunicar. Sem saber o que vamos encontrar, estamos fadados à surpresa e ao insucesso.

Essa habilidade de distinguir as características de cada um não é necessariamente inerente a todos nós. Muito da nossa inteligência emocional é definido na nossa criação e nos ambientes em que nós nos desenvolvemos. Se uma criança cresce em um ambiente em que não há diálogo e a comunicação é feita aos berros, dificilmente ela irá parar para compreender o outro e prestar atenção em seu ponto de vista. Possivelmente, suas conversas e tomadas de decisões serão feitas na base dos berros também. Mas isso não significa que ela não possa desenvolver essa habilidade. Nós aprendemos teorias, conteúdos, práticas, técnicas e também aprendemos a aprender. Por que não estudar, desenvolver e adquirir habilidades comportamentais?

Algumas empresas desenvolvem treinamentos internos justamente para desenvolver habilidades comportamentais, principalmente em cargos de liderança, pois em muitas vezes essa é a base para transformar um chefe - que somente possui um cargo superior e dita regras e prazos - em um líder - que motiva e inspira os demais colaboradores. Um líder que conhece a si mesmo e aos seus colaboradores é capaz de inspirar o que ele busca em si mesmo, fazendo com que ambos trabalhem em equilíbrio no desenvolvimento de seus valores.


Para que a inteligência emocional trabalhe a favor da empresa e dos colaboradores, é importante que todos estejam olhando na mesma direção. Isso não significa que a meta da empresa deva ser a meta do indivíduo, mas sim que os seus valores sejam compartilhados, pois uma vez que ele possui os mesmos valores que a organização, o crescimento de ambos se dará de maneira colaborativa.



http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/inteligencia-emocional-a-reafirmacao-de-valores-no-ambiente-de-trabalho/83097/