Você provavelmente já ouviu e talvez esteja até acostumado a
ouvir que pessoas com um maior quociente de inteligência – o famoso Q.I – são
as que se dão melhor em suas carreiras profissionais. O que você talvez não
saiba é que existe outro tipo de inteligência, a emocional, que parece ser o
segredo por trás de muitas pessoas de sucesso.
Se esse tipo de inteligência é emocional, você já deve
imaginar que não é o tipo de coisa que se aprende na escola nem depende de
equações matemáticas ou fórmulas bizarras. Basicamente, inteligência emocional
é a habilidade que uma pessoa tem de perceber, entender, avaliar e administrar
suas próprias emoções e também as emoções dos outros, de maneira positiva.
Por mais que em um primeiro momento isso possa parecer
fácil, administrar as próprias emoções não é exatamente a tarefa mais simples
do mundo. É preciso autocrítica, reflexão, meditação e empatia – só para citar
alguns fatores. Isso tudo afeta a maneira como nos comportamos, tomamos
decisões e interagimos socialmente.
E se você acha que isso é tudo uma grande enrolação, saiba
que a ciência já descobriu que pessoas com altos níveis de QI são superadas 70%
das vezes por pessoas emocionalmente inteligentes. Basicamente, saber controlar
suas próprias emoções, refletir sobre elas e colocar suas conclusões em prática
pode fazer com que você se dê melhor do que o “gênio” da turma.
Aliás, que fique claro que não se trata de uma competição
entre inteligências. O intuito aqui é talvez fazer com que você comece a
observar que seus pensamentos têm uma lógica que talvez até você mesmo
desconheça, e que buscar entender as próprias emoções é uma das atividades mais
instigantes de todas.
Pessoas com uma inteligência emocional bem desenvolvida são
geralmente consideradas autoconfiantes, persistentes, motivadas e capazes de
controlarem a si mesmas. Não quer dizer, no entanto, que estamos falando de
pessoas conhecidas como “meigas” ou “fofas” ou alguém que está à procura de
aprovação constante – essa é uma confusão bastante comum.
De acordo com um expert no assunto, Travis Bradberry,
pessoas com um nível alto de inteligência emocional procuram ser bem sucedidas,
conseguem controlar suas emoções, têm um bom convívio social e constantemente
avaliam suas próprias atitudes e seus pensamentos.
Pesquisas recentes já comprovaram: pessoas emocionalmente
inteligentes são aquelas que mais se dão bem em seus ambientes de trabalho. Um
desses estudos, só para você ter ideia da dimensão da coisa, avaliou a vida de
17 mil pessoas, desde quando eram crianças até chegarem à fase adulta, por um
período de 50 anos. O resultado: as pessoas consideradas emocionalmente
inteligentes eram mais bem sucedidas em suas profissões do que aquelas com
grandes pontuações de QI.
E não acaba aqui! Há pesquisas que sugerem que pessoas que
desenvolveram a inteligência emocional na adolescência ou no início de sua fase
adulta não apenas têm sucesso em suas profissões como vivem relacionamentos
amorosos longos e estáveis, além de apresentarem baixos níveis de depressão e
ansiedade. Há evidências, inclusive, de que essas pessoas são até mesmo mais
saudáveis.
Empatia
De acordo com o psicólogo Daniel Goleman, os cinco elementos
que precisam ser trabalhados para o desenvolvimento de uma mente emocionalmente
inteligente são: autoconhecimento, autocontrole, motivação, habilidades sociais
e empatia.
Desses itens, o que pode ainda ser desconhecido é a empatia,
que, de maneira geral, é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa.
Alguns cientistas sociais e políticos dizem que essa palavrinha pequena de
significado imenso poderia melhorar muito o mundo no qual vivemos.
Duvida? Então que tal começar a pensar duas vezes antes de
julgar alguma pessoa por seu status social ou por suas atitudes? Em algumas
situações, só quem sente na pele como é passar por determinada experiência pode
falar com propriedade sobre ela. E, sim, vale reforçar: esse tipo de exercício
social pode fazer de você não apenas uma pessoa mais sensata, mas também uma
pessoa de sucesso.
E você?
Ainda de acordo com Goleman, pessoas que exercitam as cinco
características acima tendem a parecer confiantes, são boas naquilo que fazem
profissionalmente, atingem seus objetivos, são adaptáveis e flexíveis. São
pessoas resilientes e capazes de se recuperar de situações estressantes. “A
vida é muito mais suave se você tem uma boa inteligência emocional”, resume o
psicólogo.
Apenas profissionais da área de psicologia podem identificar
com precisão se uma pessoa tem ou não um nível alto de inteligência emocional,
ainda assim uma maneira popular de tentar descobrir como anda a sua
inteligência emocional é avaliar sua capacidade de reconhecer expressões
faciais. E aí, você é bom em saber o que alguém está sentindo apenas ao olhar
as expressões faciais dessa pessoa?
Inteligência emocional e ambiente de trabalho
Estudos indicam que empresas tendem a promover funcionários
bem-humorados e que têm uma boa relação com os outros, dois fortes indícios de
inteligência emocional. Esse padrão muda um pouco quando olhamos para cargos de
diretoria: no geral, são pessoas com os menores índices de inteligência
emocional. Bizarro, não?
Ainda não se sabe ao certo por que isso acontece, mas
acredita-se que essa baixa inteligência emocional tem a ver com o fato de que
diretores e CEOs são profissionais que interagem pouco com os funcionários de
nível básico e não entendem como suas decisões podem impactar os outros – de
novo, uma questão de empatia.
Por outro lado, muitas grandes empresas já começaram a
contratar funcionários com altos níveis de inteligência emocional, como é o
caso da Força Aérea dos EUA, que tem recrutado pessoas por meio de testes
emocionais, avaliando questões de empatia, assertividade, felicidade e
autoconhecimento. Financeiramente falando, contratar esse tipo de pessoa
significa, para a Força Aérea norte-americana, economizar US$ 3 milhões por
ano.
Como melhorar a sua inteligência emocional
De acordo com uma publicação da Harvard Business Review,
estes são comportamentos típicos de pessoas com baixa inteligência emocional.
Se você tem algum deles, dá sempre para tentar mudar:
Você frequentemente tem a sensação de que os outros não
entendem o que você fala e isso o deixa frustrado.
Você se surpreende quando as outras pessoas se sensibilizam
com seus comentários e sempre acha que elas estão exagerando.
Você acha que ter uma boa relação com as pessoas do seu
trabalho não é algo importante.
Você cria, com relação aos outros, as mesmas expectativas
que tem sobre si mesmo.
Você culpa os outros pelos problemas que sua equipe de
trabalho enfrenta.
Você acha irritante quando alguém espera que você saiba como
ele está se sentindo.
E aí, você já tinha pensado sobre esse assunto? O que acha
do tema? Conte para a gente nos comentários!