Por ACIMARLEIA FREITAS
Ser
chamado de “bitolado” costuma soar como ofensa. No senso comum, é sinônimo de
rigidez, mente fechada e resistência ao novo. Mas o verdadeiro sentido dessa
palavra vai muito além da conotação popular.
Da bitola ao foco
A origem
de bitolado vem de bitola — a medida que define a distância exata
entre os trilhos de um trem. É essa precisão que garante que a locomotiva siga
firme, segura e eficiente rumo ao seu destino.
Sem a bitola certa, o trem descarrila.
Sem foco, nós também.
Nesse
contexto, ser bitolado não precisa significar limitação. Pode significar
constância, comprometimento com um propósito e coerência entre
o que se pensa, se diz e se faz.
A disciplina de permanecer no caminho
Num mundo
que muda o tempo todo, ser bitolado pode ser o segredo para manter-se no
caminho certo — o seu.
Há quem chame de teimosia, eu chamo de disciplina.
Há quem veja rigidez, eu vejo alinhamento.
Há quem critique o foco, eu reconheço direção.
Quando tudo
ao redor é inconstante, manter-se firme nas suas escolhas é um ato de
resistência e maturidade profissional. É entender que constância também é uma
forma de liberdade — a liberdade de ser fiel ao que você acredita.
O trilho certo é aquele que você escolhe
Se o trem
precisa de uma bitola para seguir em segurança, nós também precisamos de
referências sólidas para não perder o rumo.
Ser bitolado — no melhor sentido — é escolher conscientemente os trilhos
que levam aos seus valores, à sua missão e aos seus sonhos.
Da
próxima vez que alguém te chamar de bitolado, sorria.
Talvez você apenas tenha encontrado o seu trilho certo.
