quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O Profissional de Secretariado e o Mito da Caverna: da Sombra à Essência

 



Por ACIMARLEIA FRETIAS



No famoso “Mito da Caverna”, Platão descreve pessoas acorrentadas que enxergam apenas sombras projetadas na parede, acreditando que aquilo é toda a realidade. Quando uma delas é libertada e vê o mundo real, compreende que as sombras eram apenas reflexos — e que a verdade estava além da aparência.

Esse mito traduz, de forma simbólica, o processo de autoconhecimento e amadurecimento que todo profissional vivencia — e no Secretariado Executivo, essa jornada é profundamente significativa.

Durante muito tempo, o profissional de Secretariado foi visto apenas como executor de tarefas, alguém “nos bastidores” da gestão. Essa é a sombra da profissão — a visão limitada que não enxerga a sua real dimensão estratégica e intelectual.
Mas, à medida que o profissional busca conhecimento, desenvolve competências comportamentais e amplia sua visão de mundo, ele sai da caverna e descobre sua essência: ser ponte entre pessoas, processos e resultados.

Sair da caverna é compreender que secretariar é muito mais do que atender, organizar e registrar. É liderar com sensibilidade, analisar com inteligência e atuar com propósito.
É compreender que a essência do Secretariado está na capacidade de transformar informação em decisão, rotina em estratégia e execução em valor humano.

Assim como o prisioneiro de Platão, o profissional que desperta não pode mais voltar a enxergar o mundo da mesma forma.
Ele entende que ser Secretário(a) é uma filosofia de vida — um exercício constante de autodesenvolvimento, ética e clareza sobre o próprio papel no todo organizacional.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

BOM DE SERVIÇO, PÉSSIMO DE CONVIVÊNCIA: ATÉ QUANDO O LÍDER DEVE ACEITAR?

 





Por Acimarleia Freitas

A arte sublime de secretariar, liderar e conviver com inteligência emocional.

 

O dilema entre competência técnica e maturidade emocional no ambiente corporativo

Toda equipe tem (ou já teve) aquele profissional que entrega resultados impressionantes, domina as tarefas com maestria e parece insubstituível. No entanto, junto com a competência, vem um pacote difícil: dificuldade de relacionamento, falta de empatia, resistência ao diálogo e conflitos constantes.

O famoso “bom de serviço, ruim de equipe”.

Esse perfil é um dos maiores dilemas da liderança moderna. Afinal, até que ponto o desempenho técnico justifica uma convivência desgastante? E quando o talento se transforma em um problema para o clima organizacional? 

O Dilema do Talento Difícil

Líderes frequentemente se veem divididos entre dois caminhos: preservar o desempenho ou proteger a harmonia do grupo.

O colaborador de alta performance entrega resultados excepcionais, mas sua postura tóxica pode gerar um rastro de insatisfação, medo e insegurança entre colegas. Com o tempo, o que antes era apenas um “jeito difícil” se transforma em fator de desmotivação coletiva.

Em outras palavras: um talento difícil pode sabotar toda uma equipe eficiente. 

Quando o Comportamento Anula o Resultado

A convivência corporativa saudável é tão importante quanto a entrega técnica. Um profissional que desrespeita, provoca atritos ou ignora limites de convivência compromete o equilíbrio emocional da equipe e mina o papel do líder.

E não se trata apenas de “gente que não se dá bem” — estamos falando de consequências reais: aumento de turnover, absenteísmo, queda de produtividade e enfraquecimento da cultura organizacional.

Ser bom tecnicamente não autoriza ninguém a ser ruim de convivência. 

O Papel do Líder

Cabe ao líder estabelecer limites claros, valorizar o respeito mútuo e compreender que o desempenho ideal é aquele que combina entrega e convivência.

A liderança precisa assumir uma postura corajosa: confrontar comportamentos nocivos, oferecer feedbacks assertivos e, se necessário, tomar decisões difíceis — inclusive sobre a permanência do colaborador.

Um verdadeiro líder não escolhe entre “resultado” e “relações”, mas ensina que o sucesso sustentável nasce da combinação entre ambos. 

Reflexão Final

Manter alguém “bom de serviço”, mas “péssimo de convivência” pode parecer vantajoso no curto prazo, mas no longo prazo o custo humano e cultural é alto demais.

Empresas inteligentes entendem que nenhum talento justifica um ambiente tóxico.

Porque mais do que resultados, o que sustenta o sucesso são pessoas que se respeitam, colaboram e crescem juntas.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Como a Comunicação Não Violenta pode revolucionar sua forma de se comunicar

 



Por: ACIMARLEIA FREITAS


Descubra como pequenas mudanças de linguagem, inspiradas na Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg, podem criar conexões mais empáticas e produtivas no trabalho e na vida pessoal.

A comunicação está no centro de todas as relações humanas – e, muitas vezes, é justamente ela que cria conflitos, mágoas e mal-entendidos. O livro Comunicação Não Violenta (CNV), escrito por Marshall Rosenberg, propõe uma mudança de olhar: em vez de reagirmos com críticas, julgamentos ou acusações, podemos construir diálogos baseados em empatia, clareza e respeito mútuo.

Você já parou para pensar em quantos conflitos poderiam ser evitados se soubéssemos expressar melhor o que sentimos e precisamos? Muitas vezes, não é a situação em si que gera atrito, mas a forma como escolhemos nos comunicar. Palavras ditas de maneira dura ou julgadora podem fechar portas, enquanto uma fala clara e empática abre espaço para diálogo e conexão.

É exatamente sobre isso que trata o livro Comunicação Não Violenta, de Marshall Rosenberg. Mais do que uma técnica, a CNV é um convite para transformar a maneira como nos relacionamos — seja no ambiente de trabalho, em família ou até consigo mesmo. Ao aprender a observar sem julgar, reconhecer sentimentos, identificar necessidades e fazer pedidos claros, a comunicação deixa de ser uma arma de defesa e passa a ser uma ponte para relações mais saudáveis e produtivas.

A obra apresenta a CNV como um processo estruturado em quatro passos:

1.    Observação – descrever fatos sem julgar;

2.    Sentimento – expressar como nos sentimos diante da situação;

3.    Necessidade – identificar quais necessidades estão ligadas a esse sentimento;

4.    Pedido – formular um pedido claro, específico e possível de ser atendido.

Esse método parece simples, mas transforma profundamente a forma como nos relacionamos. Afinal, quando deixamos de acusar e passamos a falar sobre nossas necessidades, criamos um espaço real de escuta e conexão.

A Comunicação Não Violenta não é apenas uma leitura transformadora, mas um caminho prático para cultivar relações mais respeitosas e construtivas. Cada capítulo do livro de Marshall Rosenberg traz reflexões profundas e exercícios aplicáveis que mostram que comunicar-se bem vai muito além das palavras: é sobre enxergar o outro com empatia e autenticidade.

Exemplo prático:

·           Comunicação habitual: “Você nunca respeita os prazos!”

·           Comunicação Não Violenta: “Notei que o relatório foi entregue dois dias após o prazo. Isso me deixou preocupada porque preciso das informações em tempo hábil para finalizar a ata. Você poderia me enviar até a data combinada na próxima vez?”

No decorrer dos capítulos, Rosenberg mostra como a CNV pode ser aplicada em diferentes situações: na resolução de conflitos, na mediação de conversas difíceis, na expressão de gratidão autêntica e até na forma de lidar com a própria raiva. O autor destaca ainda que a empatia é a chave: tanto para compreender o outro quanto para nos conectarmos com nós mesmos de maneira compassiva.

No ambiente profissional, especialmente em áreas que lidam com pessoas, como o Secretariado Executivo, a CNV é uma ferramenta estratégica. Ela auxilia na gestão de reuniões, na mediação de conflitos, na construção de equipes mais colaborativas e no atendimento ao público de forma respeitosa e humanizada.

Em resumo, o livro não é apenas uma teoria sobre comunicação – é um guia prático de transformação. Ler Comunicação Não Violenta é um convite para revisar a forma como nos expressamos, ouvimos e nos relacionamos, abrindo espaço para um mundo onde o diálogo é ponte, e não barreira.

A CNV nos lembra que, por trás de cada palavra dura ou gesto agressivo, existe sempre uma necessidade humana não atendida. Quando aprendemos a enxergar isso, nos tornamos capazes de construir relações mais saudáveis, autênticas e produtivas.

Em um mundo marcado por pressa, estresse e mal-entendidos, aprender a praticar a CNV é um diferencial poderoso — tanto na vida pessoal quanto no ambiente corporativo. Pequenas mudanças de linguagem podem gerar grandes resultados em produtividade, engajamento e harmonia nos relacionamentos.

Se você deseja aprofundar-se nesse tema e aprender como aplicar a Comunicação Não Violenta no seu dia a dia e no trabalho, EM BREVE, acompanhe o lançamento do meu curso exclusivo. Nele, vou compartilhar ferramentas, dinâmicas e práticas que vão ajudar você a transformar sua forma de se comunicar.