Por
Acimarleia Freitas
A arte sublime de secretariar, liderar e conviver com inteligência emocional.
O dilema entre competência técnica e maturidade emocional no ambiente corporativo
Toda equipe tem (ou já teve) aquele profissional
que entrega resultados impressionantes, domina as tarefas com maestria e
parece insubstituível. No entanto, junto com a competência, vem um pacote
difícil: dificuldade de relacionamento, falta de empatia, resistência ao
diálogo e conflitos constantes.
O famoso “bom de serviço, ruim de equipe”.
Esse perfil é um dos maiores dilemas da liderança moderna. Afinal, até que ponto o desempenho técnico justifica uma convivência desgastante? E quando o talento se transforma em um problema para o clima organizacional?
O Dilema do Talento Difícil
Líderes frequentemente se veem divididos entre dois
caminhos: preservar o desempenho ou proteger a harmonia do grupo.
O colaborador de alta performance entrega resultados
excepcionais, mas sua postura tóxica pode gerar um rastro de insatisfação, medo
e insegurança entre colegas. Com o tempo, o que antes era apenas um “jeito
difícil” se transforma em fator de desmotivação coletiva.
Em outras palavras: um talento difícil pode sabotar toda uma equipe eficiente.
Quando o Comportamento Anula o Resultado
A convivência corporativa saudável é tão importante
quanto a entrega técnica. Um profissional que desrespeita, provoca atritos ou
ignora limites de convivência compromete o equilíbrio emocional da equipe
e mina o papel do líder.
E não se trata apenas de “gente que não se dá bem”
— estamos falando de consequências reais: aumento de turnover,
absenteísmo, queda de produtividade e enfraquecimento da cultura organizacional.
Ser bom tecnicamente não autoriza ninguém a ser ruim de convivência.
O Papel do Líder
Cabe ao líder estabelecer limites claros,
valorizar o respeito mútuo e compreender que o desempenho ideal é aquele que
combina entrega e convivência.
A liderança precisa assumir uma postura corajosa:
confrontar comportamentos nocivos, oferecer feedbacks assertivos e, se
necessário, tomar decisões difíceis — inclusive sobre a permanência do
colaborador.
Um verdadeiro líder não escolhe entre “resultado” e “relações”, mas ensina que o sucesso sustentável nasce da combinação entre ambos.
Reflexão Final
Manter alguém “bom de serviço”, mas “péssimo de
convivência” pode parecer vantajoso no curto prazo, mas no longo prazo o
custo humano e cultural é alto demais.
Empresas inteligentes entendem que nenhum
talento justifica um ambiente tóxico.
Porque mais do que resultados, o que sustenta o
sucesso são pessoas que se respeitam, colaboram e crescem juntas.
