Na
intenção de dar a resposta certa que vai fisgar o recrutador, jovens e nem tão
jovens assim equivocadamente se escondem por trás de um rosário de clichês e de
respostas vazias em entrevistas de emprego Brasil afora.
O
erro tão batido quanto comum é democrático, uma armadilha que pega de jovens
talentosos a candidatos a gerente. “Ainda é bem comum, é como uma herança que
vai passando de pai pra filho. Posso dizer que estou ansiosa por erros novos”,
diz Juliana França, coordenadora de projetos da Page Talent, consultoria
especializada no recrutamento de estagiários e trainees.
É
por inexperiência que uma preocupação saudável de bom desempenho se transforma
em pesadelo eliminatório das etapas de entrevista de emprego para estágio e trainee.
“Eles tentam se proteger e, por ansiedade em conseguir a vaga, nem pensam muito
antes de falar”, diz Juliana.
Duas
questões são citadas pela coordenadora: de um lado, a passividade de candidatos
que se inscrevem indiscriminadamente em um sem número de vagas deixando uma
escolha que a rigor deve ser mútua a cargo única e exclusivamente das empresas
contratantes e de outro a busca de profissionais perfeitos.
Não
é raro ter essa percepção ao ler anúncios de vagas. Por salários medíocres
busca-se gente da melhor qualificação. “Essa procura por super-homens ou super mulheres
faz com que profissionais queiram ser essas pessoas que não existem”, diz
Juliana.
O
resultado é a profusão de candidatos que as três primeiras respostas abaixo. A
quarta e quinta estão ligadas à falta de interesse específico pela
oportunidade, um dos sinais claros da passividade supracitada.
Meu maior defeito é ser perfeccionista
Quando
um recrutador pergunta sobre pontos de desenvolvimento, o eufemismo mais usado
para investigar deficiências profissionais, seu objetivo é medir o nível de
autoconhecimento de um candidato.
O
que ele sabe sobre si é indicativo de uma habilidade importante: senso crítico.
Essa competência aliada à reflexão é que vai permitir que um candidato saiba
explicar os aspectos que entende como prioritários em seu plano de
desenvolvimento pessoal.
Por
tudo isso que perfeccionismo sem que haja realmente fatos e dados para
comprovar não é melhor resposta. “As grandes companhias querem saber o nível de
informação, cultura, engajamento, senso crítico e potencial de liderança dos
jovens. Perfeccionismo é algo muito distante dos primeiros anos de vida
profissional”, diz Juliana.
Aos
que não sabem sobre si, a coordenadora de projetos da Page Talent indica que
procurem metodologias para desenvolver a autoconsciência. “ Não faltam métodos.
Pode ser por meio de leituras, cursos, Coaching, psicólogo, entre outros”, diz.
Eu sou proativo
A qualidade
é boa, mas a falta de comprovação objetiva estraga tudo. Se a pró atividade não
vier acompanhada de histórias que a ilustrem a conclusão é só uma: o candidato
está falando qualquer coisa só para causar uma boa impressão. Por dentro
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“É
trazendo vivências que se avalia competência. Por isso não é legal quando os
candidatos chegam com adjetivos”, diz.
Em
tempo: não existe uma competência que se destaque, por mais que “receitas de
bolo” de sucesso na entrevista sejam propagadas por aí. “O que seriam das vagas
analíticas se todos fossem de perfil comercial”, diz Juliana.
Sou muito ansioso
E
quem, em 2018, não é? Estranho seria que um candidato não soubesse relatar um
momento de ansiedade em toda a sua vida. A crítica que Juliana faz é sobre a
contextualização desse estado emocional que muitas vezes é negligenciada.
Qual
é causa? “Relatório, falar ao telefone, se apresentar em público, enfim, é
preciso de generosidade para se apresentar de modo mais completo e
profissional”, diz Juliana.
Não sei
O
empenho de um candidato em compreender perguntas e elaborar respostas está
sendo avaliado ao longo de todo o processo seletivo. Não ter a resposta não é o
que irrita recrutadores. É a falta de vontade em busca-la, que depõe contra o
candidato.
A
brevidade tira pontos em um momento em que o mais importante é conhecer o
candidato, seus anseios, sua trajetória e seus planos de carreira.
Falar
simplesmente eu não sei é péssimo, segundo a coordenadora de projetos da Page
Talent. Se a resposta não está na ponta da língua, o candidato pode pedir um
tempo para pensar ou mesmo se interessar em encontrar a resposta com a ajuda do
recrutador.
Não tive tempo de olhar
Dessa
lista, é a pior frase que poderia sair da boca de um candidato a oportunidade
profissional. “Sem preparação prévia, a chance de ir para a disputa de um
emprego que ele nem gostaria de ter é grande”, diz Juliana.
Ler
sobre a vaga, pesquisar sobre a empresa, tentar conversar com pessoas que já
trabalharam para ela leva o profissional a outro nível de entrevista.
“Permite que o candidato tire dúvidas durante a entrevista”, diz Juliana. Por
dentro do assunto: Conheça as 50 perguntas mais frequentes em entrevistas
de emprego.
Recrutadores
são treinados para não se deixar enganar por candidatos. Se, por ventura, um
espertalhão conseguir o feito de iludir um deles está, na verdade, dando um
passo em direção ao autoengano. “Vai ser chamado para uma vaga que nada tem a
ver com ele”, diz.
Por Camila
Pati
https://exame.abril.com.br/carreira/5-frases-que-recrutadores-nao-suportam-mais-ouvir-de-candidatos/