sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

COMO PLANEJAR SEU DIA




Planejar o dia é algo importante que não está separado do planejamento que fazemos da semana, do mês e até de mais tempo. Eu inclusive não recomendo que você apenas planeje seu dia, sem planejar períodos mais longos, porque quando a gente faz isso acaba fatalmente trabalhando em cima apenas do que for mais urgente. E já sabemos que o urgente nunca é o mais importante – só é o que está gritando mais alto. Se a gente trabalha sempre desse modo, assume uma postura reativa perante a vida e as outras pessoas, o que não é legal. Deixar tudo para a última hora e trabalhar sob estresse é algo muito distante do que podemos considerar uma vida organizada.

Portanto, o que vou apresentar aqui é uma sugestão de como eu faço, baseado em métodos com o do David Allen (GTD) e do Ryder Carroll (Bullet Journal), mas não recomendo (e nem daria, porque todos os planejamentos se conversam) que seja feito apenas diariamente, sem os demais planejamentos.

Ao começar o seu expediente (e isso pode ser tanto ao chegar no escritório como quando você efetivamente começa o seu dia de trabalho em casa), a primeira coisa que você deve fazer é abrir o seu calendário e ver como será o seu dia. Eu utilizo o Google Calendar. Então, quando abro, eu me deparo com um cenário assim:



O que eu tenho em cada dia da semana é fruto do planejamento semanal que eu fiz na sexta-feira anterior. Na parte superior do dia, em cinza, eu tenho ações pontuais (que precisam ser feitas apenas naquele dia) e informações relevantes para o dia em questão (como prazos e lembretes). Na parte de baixo, com os horários, em azul, eu tenho os meus compromissos com data e hora. Percebam que eu já me planejo para saber que horas eu preciso sair de casa, quando a reunião for externa, e os períodos que estarei em trânsito. Isso me ajuda a não ter que ficar pensando todo dia (e errar, me atrasar, fazer as coisas com pressa) que horas preciso sair e que trajeto tomar, por exemplo.

Ao ver o meu calendário para o dia, eu consigo ter uma visão geral de onde preciso estar e do que precisa ser feito. Eu já consigo ter uma ideia quando faço o meu planejamento semanal porque, por exemplo, no caso acima: é um dia cheio de compromissos, mas tenho ações pontuais também. Ou eu faço antes de sair de casa ou nos intervalos entre os compromissos.

E aqui entra uma recomendação importante também: eu trabalho primeiro, primeiríssimo, naquilo que está com prazo no meu calendário. Naquelas ações pontuais ali em cima. Eu não vou fazer outra atividades das minhas listas enquanto não fizer aquilo que está ali, porque sei que aquilo é o do or die – preciso fazer no dia. Isso é maravilhoso porque dificilmente vou perder qualquer tipo de prazo e atrasar o que quer que seja. E percebam que as informações vão sendo colocadas no calendário o tempo todo. Eu não espero chegar um dia certo para colocá-las. Se hoje eu receber a informação que, no dia 24 de novembro vence um prazo, esse prazo vai estar no meu calendário. Vejam como organização não tem milagre – é uma construção diária.

Depois de trabalhar nos prazos do meu dia, vou cumprindo os compromissos. O calendário é o meu guia.

Uma coisa que gosto muito de fazer, especialmente quando trabalho em casa ou não tenho tantos compromissos externos, é criar blocos de trabalho quando inicio meu expediente. Por exemplo: hoje acessei minha agenda e vi que tenho prazos importantes e ações que talvez levem um certo tempo. Eu posso bloquear um tempo no meu calendário (mas só faço isso no próprio dia, porque antes não teria como analisar corretamente) para essas atividades. Então, no exemplo acima, eu poderia fazer assim:



Percebam que eu criei um bloco para trabalhar nas inscrições do curso – porque uma série de prazos e ações pontuais que eu tenho para esse dia são relacionados, então posso juntar e fazer tudo. E, analisando o meu dia, vi que a melhor opção seria fazer antes da reunião que terei (que será virtual).

Outra coisa que também gosto de fazer é estabelecer metas para o dia. Confesso que não faço sempre – deixo mais para quando estou precisando de uma motivação extra. A ideia é analisar o dia como um todo e pensar: “O que eu gostaria de chegar ao final do dia de hoje tendo feito? Três coisas que, se eu fizer, terei ganho o dia?”. Eu costumo anotar tais metas no meu bullet journal. E isso é legal porque, muitas vezes, uma das metas nem está no meu calendário. Pode ser simplesmente “assistir House of Cards” ou “brincar com os cachorros”. Mas, se eu não tivesse um calendário planejado por trás, me dando segurança sobre tudo o que eu preciso fazer, eu não teria como pensar nisso. A organização nos liberta.

E é isso. Em uma questão de minutos, consigo planejar o meu dia e ter uma visão de como ele será, com tranquilidade. Aí, basta executar.


Por Thais Godinho