O uso de autoridade não pode ser confundido com poder
Sabe aquele líder de quem toda a equipe treme de medo? Aquele que, ao chamar a atenção de um colaborador por algum erro que tenha cometido, com frequência usa palavras e atitudes agressivas ao extremo? Cuidado com esse tipo de liderança na sua empresa. O uso de autoridade não pode ser confundido com autoritarismo e abuso de poder, pois corre o risco de cair na gravidade do assedio moral. Saiba como identificar o problema e de que forma orientar líderes neste sentido.
Ao definir que atitudes de um líder se enquadram em assedio moral, o psicólogo e Perito do Tribunal do Trabalho de Porto Velho, Roberto Lázaro Silveira, cita o pesquisador Caroll Brodsky. “Ele define assedio moral como tentativas repetidas e persistentes de uma pessoa a fim de atormentar, frustrar ou quebrar a resistência de outra. Uma forma de tratamento que, aplicado com persistência, provoca, amedronta, intimida e incomoda a vítima”, coloca Silveira.
Roberto alerta que o assédio é composto por atitudes hostis acumulativas que, por vezes, parecem inofensivas, mas que causam graves consequências aos profissionais. “A situação causa um alto nível de estresse na vítima, gerando ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. A carreira, o relacionamento familiar e a saúde física e mental são gravemente comprometidos. Em suma, para a sociedade como um todo, os resultados são desastrosos”, enfatiza.
Observar condutas agressivas e realizar constantes pesquisas de clima organizacional são algumas medidas capazes de auxiliar o RH a identificar líderes propícios à prática do assedio moral. A orientação é do psicólogo, coach e especialista em formação gerencial Jairo Martiniano.
“É interessante observar sinais, como: o medo da equipe de se expor, o consenso silencioso em reuniões que gerariam debates, pedidos de troca de setor e condutas mais agressivas. Nas pesquisas de clima, é importante constar uma avaliação de liderança e garantir o sigilo das informações”, aconselha o psicólogo.
A promoção sem preparação é um dos fatores que propiciam situações de assédio moral, de acordo com Martiniano: “faz-se necessário uma avaliação completa da personalidade do futuro líder. Realizar uma boa entrevista e, claro, avaliar o histórico deste profissional em outras áreas. É fundamental identificar como é a sua educação no tratamento com todos os níveis”.