segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O ESTRESSE E SEUS IMPACTOS




O estresse caracteriza-se pela tensão em um ou mais órgãos do corpo humano de forma repetitiva que pode causar danos ao órgão afetado. Embora o interesse pelos sintomas tenha ganhado fôlego com o processo de modernização da cultura humana, há fortes indícios que este componente já estava presente no passado remoto humano, uma vez que o homem primitivo sofria pressão em seu habitat para a obtenção de alimentos através da caça e coleta de caráter nômade.

Este texto pretende ensinar como você, leitor, pode fabricar artificialmente um ponto de estresse em sua vida. A partir desta observação você será capaz de autogerenciar seus pensamentos para que as ocorrências de pontos de saturação não perturbem seu cotidiano.

Você deve saber que és um ser sistêmico. Todas as partes estão interagindo entre si sob o comando das sinapses distribuídas pela caixa craniana. Assim, se uma ação mental desencadeia uma sequência de comandos que não encontram critérios de parada a tendência é este comando continuar expandindo, replicando e trabalhando continuamente até que a fonte de energia que o faz movimentar decaia por falta de materiais vitais para a continuidade do processamento de informações provocando desgaste físico.

Imagine a seguinte situação!

Ana está em seu trabalho desenvolvendo uma tarefa que consiste em encaminhar 50 faxes para fornecedores e clientes até o fim do expediente. Mas Ana primeiramente tem que acessar o computador, escrever o nome do destinatário e seu telefone em uma lista de controle. Em seguida, ligar para informar se há interesse de receber a documentação, voltar para a planilha de controle e assinalar a opção que o cliente concorda com o envio, para na sequência digitar os números do fax e dar baixa no documento.

No ato de planejamento Ana começa a rotina, primeiramente com um pouco de dificuldade em acostumar o cérebro a desempenhar suas funções na sequência exata e assim terminar logo o trabalho.

Então, lá pelo 5º fax ela já consegue dispor de todos os recursos que necessita para o desenvolvimento da tarefa e criou uma rotina para o desenvolvimento autômato. Mas algo começa a dar errado, quando Ana está no 22º envio de fax. Sua mente quer antecipar as ações pré-estabelecidas e as articulações de seu braço começam a ficar tensas. Ana atribui esta observação ao cansaço de estar mais de uma hora trabalhando.

Mas caro leitor, repare que existe aqui um fator que move Ana a ser veloz: o cumprimento de prazos. Quando ela, na fase de PLANEJAMENTO da rotina colocou em seu cérebro os passos a seguir para a realização da tarefa acabou por criar um mecanismo de rotina na forma de fluxo de imagens, ideias e pensamentos que a torna eficiente e assim chegar ao objetivo final de sua tarefa que é passar o máximo possível de mensagens aos fornecedores e aos clientes.

Acontece que Ana antes mesmo de iniciar o trabalho, acaba por antecipar em sua mente o fluxo de pensamentos que lhe permitirá chegar ao resultado. Pode até ser que ela veja por antecipação o resultado final de seu trabalho. A velocidade de processamento do cérebro, uma vez iniciado o procedimento de execução da tarefa é maior que sua capacidade de realização. Então. Ana tenderá a praticar toda a rotina, ou partes dela diversas vezes, por antecipação, em sua mente, criando uma tensão entre o seu centro motor, que está sendo coordenado por uma região cerebral, e seu centro cognitivo coordenado pelo hipotálamo.

A energia despendida pelo comando cerebral para execução da tarefa irá acumular no sentido do fluxo, do sistema nervoso central para o sistema nervoso periférico, em uma linguagem mais simples, irá se deslocar do cérebro para os órgãos do corpo através dos nervos do indivíduo. Como feedback o sistema nervoso periférico encaminhará contraestímulos para o sistema nervoso central.

Então, os pontos onde o sistema nervoso periférico não é muito desenvolvido ou estreito tenderão a concentrar mais energia provocando um aquecimento na região que se contínuo poderá, por exemplo, converter em uma lesão por esforço repetitivo.

O que faltou para Ana era avisar ao cérebro, na etapa de PLANEJAMENTO da tarefa a necessidade de colocar critérios de parada para que ela possa relaxar e canalizar outros vórtices de energia, para melhor distribuir seu desempenho funcional de seu organismo.

Muita gente pensa que em casos similares, quando um aquecimento interno ocorre em razão de uma saturação, que é conveniente resfriar a parte superaquecida a fim de devolver a temperatura corpórea e assim se livrar da sensação de estresse. Mas tal pensamento está equivocado, pois o choque térmico poderá debilitar a área causando uma lesão permanente ou de difícil recuperação.

Ana não consegue perceber o seu comportamento e à medida que os anos correm principalmente em sua vida laboral, o mau PLANEJAMENTO de suas tarefas cria rotinas que se transformam em verdadeiros circuitos que se fundem uns aos outros afetando, mesmo sem estar executando uma tarefa, partes de seu corpo por compor exclusivamente de rotinas sem critérios de parada e mudança de foco para distribuir a energia de trabalho mais prazerosamente pelo organismo.

Assim Ana estará viciando algumas estruturas de pensamento e rotina, que irão refletir na falência antecipada de alguns órgãos, que apresentarão problemas mais cedo pelo desgaste, do que outros menos utilizados.

Mas ainda há tempo para Ana, falta apenas um ano para se aposentar. É verdade que está extremamente viciada em sua rotina, porém pode refletir sobre cada uma delas como se estivesse fazendo pela primeira vez o mesmo trabalho que já executava há anos. E bastando para si, a incumbência de adicionar elementos, ou pontos de equilíbrio que gerarão benefícios ao seu organismo.

Assim, primeiramente tem que acessar o computador, mas se distrai com as cores da tela de fundo aleatoriamente e rápido para não perder tempo, escrever o nome do destinatário e seu telefone em uma lista de controle, ao fazer este ato imagina ao digitar os dados, seres com vida própria como conhecesse os nomes (brinca com as palavras-signos). Em seguida, faz ligações para informar se há interesse de receber a documentação e trata as pessoas com urbanidade, buscando sempre formas não mecânica de interação e dando um ar humano às ligações sem que com isto seja necessário perder tempo. Depois, retornar para a planilha de controle e assinalar a opção que o cliente concorda com o envio, aqui ela exercita a audição e se lembra da voz da pessoa com quem falou ao telefone, para em seguida digitar os números do fax e dar baixa no documento.

Ela reflete que a tarefa foi cumprida em parte, e irá começar a nova tarefa como se tivesse que fazer o procedimento novamente do zero. Como critério de parada, Ana, após o 10º fax seguido resolve parar para beber um copo d'água, na 18º parada para outro evento aleatório.

Sua expectativa de execução total do serviço está limitada na ordem em que os fatos ocorrem. Ana não é mais uma escrava do tempo. Não mais se apresenta ansiosa pela elevada expectativa dos fatos. Ao final do trabalho não está cansada e sim realizada.


Ana não mais terá mais estress