Desde muito pequenos, aprendemos que “quem
não chora, não mama”. Fazemos testes com nossos pais, tios e irmãos e, mesmo
sem falar, aprendemos o que funciona melhor para atingir nossos objetivos e
como transmitimos nossos desejos e necessidades. E isso é só o começo.
Aprendemos expressões, gestos, sons, a falar e escrever, falar com as mãos e
comunicar através do olhar. Imitamos, adquirimos tics e tocs e continuamos a
aprender novas formas ou como aprimorar a nossa própria forma de comunicação.
São tantos recursos de linguagem e tantas
possibilidades que a simples mudança de tom de voz ou da entonação pode
provocar os mais variados entendimentos e fazer toda a diferença. Alto, fraco,
bravo, calmo, agressivo, gago, firme ou vacilante. Mostre-me como falas e
saberei como és, como ages e quem és.
Ao nos comunicarmos, mostramos a nossa
personalidade e fazemos escolhas o tempo todo. Falar ou calar. Ser direto ou
ser sutil. Aconselhar ou ignorar. Acalmar ou inflamar. Sorrir ou fechar a cara.
Ter otimismo ou pessimismo. Através da fala ou da escrita, podemos alegrar,
encantar, enriquecer, agredir ou ferir. Podem surgir belos poemas, músicas,
filmes, textos de gratidão, oratórias com histórias inspiradoras, livros de
autoajuda, orações, ensinamentos.
Por outro lado, a comunicação pode ser
utilizada para assédio moral, bullying ou fofoca. Há pessoas que
escolhem usar a comunicação para fazer fofoca e através de suas palavras
repassam, sem critério, informações confidenciais. Transmitem com maldade e
tomam para si como verdade histórias que chegaram aos seus ouvidos, fazendo de
uma fofoca outra maior ainda. Parece até hobby e dos bons, porque o fofoqueiro
demonstra ter prazer nisso. Um telefone sem fio, que raramente compartilha algo
com fins dignos, muito pelo contrário, consciente ou inconscientemente
prejudica alguns, envenena outros, aproxima muitos e isola outros tantos. A
fofoca passa, mas deixa rastros.
A mesma frase escrita ou falada seguida de
um por favor, ou um obrigada, muda todo o contexto. Nós escolhemos o tempo todo
como vamos utilizar a comunicação e, através destas escolhas, mostramos a nossa
educação, cultura, conhecimento, humor. Ou seja, mostramos a nossa verdadeira
essência.
Comunicação é base e também pode ser
começo, meio ou fim. Um pedido de noivado, a entrega de um prêmio, uma briga de
casal, um pedido de desculpas, uma prova oral, de redação, um discurso de
formatura, entrevista de emprego, rompimento, trato, advertência, destrato,
divórcio, laudo médico, demissão, casamento, negociação, compra, venda,
anúncio, marketing, promoção, um feedback, um "eu te amo".
Temos grande responsabilidade pelo que
transmitimos e como transmitimos, pois deixamos marcas e rastros. Somos exemplo
e deixamos o nosso legado. Desempenhamos multi papéis em nosso dia a dia: hoje
filhos, amanhã pais, avós, colegas, irmãos, funcionários, colegas, chefes,
professores, alunos, aprendizes. Então, vamos pensar antes de falar ou escrever
e respirar antes de transmitir com impulsividade, focar em construir e não
destruir, porque palavras têm muito poder e quando soltas ao vento não voltam
mais para o lápis, computador ou para boca.
Que sejamos sempre incansáveis aprendizes!
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