Uns mais amorosos, outros mais impositivos. Cada líder tem
seu estilo bem particular de gerir
pessoas. Na média, segundo pesquisa do Hay Group, os brasileiros tendem a
ser mais coercitivos e democráticos na hora de coordenar seus subordinados.
Mas, afinal, existe o estilo perfeito de liderança?
A resposta é, definitivamente, não. Para Caroline Marcon, gerente do Hay Group,
o importante é a autenticidade. “Acima de tudo, o líder perfeito tem de ser
autêntico”, diz.
O autoconhecimento é fundamental para que fragilidades e
fortalezas sejam administradas de forma eficiente, sem perder o foco. “Você
pode até ter tendência a um perfil específico, mas tem de ter flexibilidade
suficiente para aprender e incorporar outros estilos em caso de necessidade”,
afirma.
Veja, a seguir, os seis estilos de gestão mapeados pelo Hay
Group.
Vigilantes e críticos, são ácidos e duros em suas críticas.
Os coercitivos provocam medo em seus funcionários, uma vez que lideram com as
ferramentas de punição a postos.
Prós: Em situações críticas, o estilo coercitivo tende a
funcionar bem em situações de emergência, onde “mandar fazer é mais fácil que
discutir soluções com toda a base de empregados”.
Contras: “Quando você é pouco habilidoso, não tem
consciência do seu papel como líder, não percebe o impacto de suas ações”, diz.
“As pessoas não se sentem livres para agir. Esse estilo acaba com a
criatividade dos funcionários.”
Dirigente
Com foco no longo prazo, o dirigente é o líder visionário,
que dá direções claras para a sua equipe, dizendo exatamente o que espera de
cada um. “É um estilo que exige experiência e preparação do chefe em
questão”, diz Caroline. “É uma gestão baseada em diálogo e comunicação.”
Contras: Embora o impacto desse estilo de gestão seja
majoritariamente positivo, ele não é o mais adequado para momentos de crise,
uma vez que o diálogo tende a tomar tempo – e dificultar tomadas de decisões
rápidas.
Afetivo
Quem dá mais atenção às pessoas que às tarefas é o chamado
líder afetivo. Ele trata bem seus colaboradores e, não raro, são
recompensados com lealdade e alto desempenho.
Prós: Por ter um interesse genuíno nas pessoas, ele cria
harmonia e proximidade na equipe.
Democrático
Consenso é a palavra de ordem do líder democrático, que tira
o melhor de sua equipe a partir da divisão de decisões e responsabilidades.
Prós: O democrático é o melhor líder para criação de
ambientes de alta performance. Isso porque o compartilhamento das
responsabilidades faz com os liderados se sintam corresponsáveis e parte de uma
construção coletiva.
Contras: Uma equipe muito jovem e inexperiente tende a não
desempenhar bem nas mãos de um líder democrático. “Ele é mais recomendado
quando há uma certa senioridade no time”, diz Caroline. “O excesso de
democracia em uma equipe inexperiente tende a prejudicar os resultados. Quanto mais
sênior for o time, melhor é o aproveitamento da experiência coletiva.
Modelador
As instruções detalhadas e a alta exigência são as marcas
registradas do líder modelador – que acredita ter sempre o melhor caminho para
realização de um trabalho.
Prós: Justamente pelo detalhamento das instruções, o líder
modelador acelera a formação de pessoas e eleva os níveis de qualidade dos
produtos.
Treinador
Como um técnico de time de futebol, o treinador investe
tempo e esforços na compreensão dos pontos fortes e fracos de cada membro da
sua equipe. O objetivo é trabalhar com eles para que o desenvolvimento pessoal
gere bons resultados.
Prós: Preocupado em conhecer sua equipe, o treinador conversa
muito, se interessa em conhecer cada um, com foco sempre no longo prazo. É
perfil ideal para a formação de novos líderes.
Contras: Esse é um tipo de chefe que assume grandes riscos
para deixar que as pessoas evoluam naturalmente. São mais expostos, portanto, a
erros.