Sei que muitos já escreveram sobre isso... Sei que você já
ouviu isto em mais de três palestras que participou... Mas, sempre é prudente
escrever mais uma vez...
Numa época em que se vivenciam mudanças, ao mesmo tempo
radicais e muito rápidas, com grande fluxo de informações, faz-se necessário a
excelência empresarial e profissional, com ênfase nos relacionamentos
organizacionais, com a valorização do capital humano.
A formação dinâmica, nas áreas de Ciências Humanas e de
Sociais Aplicadas, permite ao profissional de assessoramento executivo agregar
conhecimentos de diversas áreas, dentre as quais está a gestão de pessoas. Suas
funções são valorizadas pelo fato de agregar valores e responsabilidades no seu
agir profissional, e por ter a sensibilidade de perceber a importância do valor
do capital humano no mundo corporativo – principal gerador de riquezas deste
século.
Por este motivo é uma categoria profissional que deve
procurar desenvolver, concomitantemente as habilidades técnicas, habilidades na
área humana, tais como: capacidade de relacionamento, trabalho em equipe,
gestão e liderança, que proporcionaram sua ascensão no mundo corporativo.
Como professora e consultora tenho acompanhado situações de
desvalorização profissional, estimuladas por gestores com uma visão restrita e
desatualizada. Ainda vivem a realidade administrativa dos anos 60 quando os
profissionais de secretariado eram considerados meros executores de tarefas
rotineiras ao lado de dirigentes com a visão de “manda quem pode, obedece quem
tem juízo”. São gestores que dificultam oportunidades para o profissional
demonstrar seus conhecimentos construídos na graduação ou habilidades
desenvolvidas nas experiências profissionais.
Quem assessora deve ter habilidade técnica para visualizar e
propor mecanismos para a racionalização de processos e procedimentos
administrativos com os quais está diretamente envolvido, para simplificar e
agilizar determinada atividade e, por consequência, tornar seu trabalho mais
efetivo na consecução das metas organizacionais. Tendo assim, seu próprio tempo
otimizado para gerenciar mais atentamente o relacionamento com clientes
internos e externos.
O que se percebe é que o relacionamento com clientes
internos e externos, muitas vezes, é prejudicado pela ausência de
racionalização de procedimentos administrativos e execução de atividades
meramente operacionais. O assessor deixa de pensar em caminhos que podem
contribuir com a equipe gestora no aperfeiçoamento de ferramentas voltadas à
otimização do processo decisório em si, pelo fato de estar “apenas” na execução
de tarefas repetitivas e, quem sabe, muitas vezes desnecessárias.
O assessor executivo, que entende e chama para si pensar e
fazer a gestão de determinados processos e procedimentos administrativos, está
exercendo o seu verdadeiro papel de “secretário/assessor analista-simbólico”,
corroborando com a classificação dada por Robert Reich, em seu livro O
trabalho das Nações (1994). Lembrando que para o autor um
analista-simbólico soluciona e identifica problemas e promove a venda de
soluções por meio da manipulação de dados.
Ressaltando, quem assessora, além da capacidade técnica e
específica da sua área de atuação, precisa cultivar um apurado relacionamento
interpessoal, capacidade de trabalhar em equipe e administrar conflitos. Isto
porque no seu dia a dia administra situações envolvendo toda a rede de
relacionamento, seja interna – colaboradores da empresa - ou externa –
clientes, fornecedores e parceiros. Porém, esta habilidade ainda passa
despercebida dentro de muitas organizações.