Fiz muitas pesquisas para publicar aqui no Blog e uma delas
me chamou atenção, por ter tudo a ver com uma das nossas atribuições, que é a
questão da CONFIANÇA e da ÉTICA. Ocupamos, dentro da empresa, um lugar muito
privilegiado e que nos dá acesso a todo tipo de informação, inclusive as
sigilosas e que dizem respeito não só a empresa, mas também à outros assuntos,
muitas vezes que dizem respeito à vida pessoal do nosso executivo. O texto
abaixo foi extraído de uma publicação da Revista "Você S/A", que fala
sobre a importância de se manter firme em executar um trabalho com
transparência e honestidade:
Um dos maiores obstáculos à prevenção dos casos de fraudes dentro das empresas
é, na maioria das vezes, a dificuldade de antever quem é capaz de cruzar a
linha que separa os profissionais honestos dos fraudadores. O fraudador típico
tem um perfil muito similar ao de qualquer outro funcionário da empresa.
Em 41% dos casos, ele trabalha no mesmo lugar há mais de seis anos e, em 29%
das fraudes, ocupa um cargo executivo. São pessoas que, justamente por serem
figuras de confiança na estrutura da empresa, sentem-se livres para agir em
benefício próprio sem levantar suspeitas.
De acordo com especialistas em investigação de fraudes, a conjunção de três
fatores aumenta a probabilidade de que um profissional comum, sem histórico de
desvios éticos, cruze a fronteira da honestidade e cometa um crime. Esses
fatores, que compõem o chamado triângulo da fraude, são: a necessidade, a
oportunidade e a racionalização.
Resumidamente, a predisposição para a fraude aumenta quando o executivo que
está passando por uma dificuldade (como estar endividado) encontra uma brecha
nos sistemas e processos da empresa e, por se sentir desvalorizado ou merecedor
de melhores condições, acaba relativizando a imoralidade do desvio de recursos.
“Quando uma pessoa normal se vê em um contexto muito difícil, ela tende a
interpretar o mundo de forma diferente e perde a dimensão do que é ou não
correto”, afirma o professor Guido Palazzo. “É como se o profissional fosse
acometido por uma espécie de cegueira ética”, diz ele.
Além de razões pessoais, um profissional pode entrar numa maracutaia
corporativa ao se sentir pressionado por algum fator relacionado ao trabalho.
A cobrança excessiva de resultados, a coação de um chefe desonesto ou de um agente
público corrupto são exemplos de coisas que fazem um profissional alterar seus
padrões morais. Como se precaver? “A melhor defesa é não ter med”', afirma
Palazzo. “O medo é o principal combustível para desrespeitar uma regra ou para
silenciar quando uma regra está sendo quebrada”, diz ele.
Isso significa recusar-se a entrar no jogo, ainda que acarrete alguma
consequência previsível, como ser colocado numa geladeira na empresa ou até ser
demitido.
As empresas têm criado mecanismos que permitem aos profissionais honestos
denunciar os fraudadores. Um impulso nesse sentido veio da promulgação da Lei
Anticorrupção (12.846/13), que acaba de completar um ano em vigor.
A nova legislação prevê punições pesadas para as companhias condenadas por
lesar o poder público, com multas que podem chegar a até 20% de seu
faturamento. Por causa da lei, diversas empresas estão fortalecendo suas equipes
de governança corporativa. “Se as empreiteiras envolvidas no caso da Petrobras
tivessem áreas de controle bem estruturadas e atuantes, o risco de um caso como
esse ocorrer seria menor”, afirma André Fonseca, sócio do escritório de
advocacia Veirano, de São Paulo.
Com a nova lei, mais empresas devem investir na criação desse setor. “As
empresas que já tinham algum mecanismo de controle fortaleceram suas áreas, e
as demais estão descobrindo como se estruturar', diz Heloísa Macari,
sócia-diretora da consultoria de gestão de risco ICTS."
Embora a matéria não fale especificamente de nós Secretários, por estar
diretamente ligados aos grandes executivos da empresa onde trabalhamos,
precisamos estar alerta sempre para as situações apresentadas no texto. A
melhor coisa a se fazer SEMPRE é não aceitar realizar qualquer tipo de
atividade desonesta. Nós, Profissionais de Secretariado Executivo temos, em
nosso código de ética, artigos que nos amparam no caso de sermos aliciados a
fazer esse tipo de atividade corrupta, então não devemos ter medo de dizer
"Não" à corrupção e demais atividades ilícitas e que envolvam falta
de ética.
Fonte: Texto de Gabriel Ferreira, publicado na Revista Você S/A, Editora Abril, Ed. Janeiro/2015: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/198/noticias/saiba-como-nao-se-envolver-mesmo-que. Acesso em 13/01/2015.