Vendas perdidas,
negociações mal sucedidas, treinamentos ineficientes, discursos sonolentos e
mal elaborados, discussões, boicotes, brigas e desentendimentos entre as
pessoas de um modo geral, acontecem nas relações profissionais, familiares ou
sociais.
Se as pessoas
conseguissem comunicar-se melhor, menos mal entendidos iriam ocorrer. Sem
perceber, muito dos problemas comuns que ocorrem nas relações interpessoais,
acontecem justamente por problemas de comunicação.
Alguns dos
problemas mais comuns ocorrem em três blocos distintos:
a) Psicológicos:
Medo – Medo
de tudo, de ser mal sucedido, de errar, de não ser compreendido, de falhar, de
não conseguir dar o recado, de denegrir a sua própria imagem, enfim muitos
medos. O mais curioso, se analisarmos bem, na verdade não vamos encontrar
muitas razões para esses medos, pois na maioria são imaginários e não reais. O
principal medo, no entanto, que pode ser uma síntese de todos esses é o “Medo
de falar em público”.
Excesso de preocupação –
Algumas pessoas são preocupadas demais. Existe um lado positivo na preocupação
relacionado à preparação, ao planejamento, a organização do que iremos
realizar. Só que temos uma voz interior e se não a soubermos controlar, nos
perdemos. Essa voz começa a perguntar assim: E se eu falhar? E se perguntarem
algo que eu não sei? E se entrar o diretor enquanto eu estiver falando?
O interessante é
que as respostas a essas perguntas tendem a ser negativas, gerando um
pessimismo e neutralizando as forças de energia positiva e de entusiasmo,
minando as resistências da pessoa, gerando uma grande possibilidade de
fracasso.
Baixa autoestima -
Henry Ford já dizia: “Se você acha que pode ou se acha que não pode, em ambos
os casos você está certo”. Em outras palavras, se você acredita no sucesso do
seu esforço ou se acredita no insucesso, em ambos os casos você também está
certo. Podemos optar em sermos otimistas ou em sermos pessimistas e até essa
atitude diante da vida ou das situações pode ser treinada e desenvolvida.
Um pessimista
irá falar mal de si mesmo, denegrindo a sua própria imagem, evidenciando a sua
impotência e a sua incapacidade. É óbvio que colherá dó e pena das pessoas. Por
outro lado, uma pessoa de bem com a vida e consigo mesma, entusiasta e otimista,
irá irradiar uma energia positiva e atrairá para si estímulos positivos, boa
energia e pessoas que funcionam nessa mesma faixa de frequência.
b) Físicos:
Voz fraca –
Volume baixo, onde a voz é quase inaudível.
Linearidade –
A fala mantém um tom monocórdio, gerando sonolência e desatenção das pessoas.
Dicção ruim –
Dificuldade de pronúncia, onde os sons não são claros e a compreensão fica
prejudicada.
Velocidade
excessiva – Ocorre quando a pessoa atropela as palavras, além de
dificultar o entendimento das ideias.
Velocidade lenta –
Talvez pior ainda do que a velocidade acelerada. Ficamos impacientes, querendo
ajudar a pessoa que está falando, também gerando desinteresse.
Ausência de
teatralização – A pessoa que fala nada expressa além do conteúdo e sabemos
que tão ou mais importante do que o conteúdo é a forma de falar. Um bom exemplo
disso é a pessoa falando algo alegre com uma voz triste ou melancólica.
Nasalação –
Os sons são excessivamente anasalados, tornando feia a fala.
Ausência de
pausas – As pausas servem para facilitar a compreensão do ouvinte, dar
beleza estética e também para que o apresentador possa melhor concatenar as
suas ideias. A ausência de pausas torna a fala inadequada e distrai a atenção
dos ouvintes.
Ausência de
gestos – Algumas pessoas colocam as mãos atrás ou na frente do corpo ou
ainda na cintura (tipo açucareiro), cruzam os braços ou enfiam as mãos nos
bolsos e não fazem gestos. Uma gesticulação adequada reforça o conteúdo da
fala.
Postura
inadequada – Pensando na posição dos pés, podemos fazer uma analogia com o
relógio. Existe a posição “quinze para o meio dia”, “Meio dia e quinze” e “dez
para as duas”. São inadequadas, desviam a atenção dos ouvintes e geram certa
deselegância.
Olhar perdido –
Há aqueles que olham para cima ou para baixo ou apenas para algumas pessoas. O
ideal é que se olhe nos olhos das pessoas, envolvendo-as plenamente.
Aparência
deselegante – Um toque de classe, de sensibilidade, de bom senso e de bom
gosto nunca é demais. Só que algumas pessoas exageram no contrário, ou seja,
são relaxadas mesmo, desde uma roupa suja ou um sapato sem graxa e mal cuidado
até desleixo em detalhes de asseio e aparência corporal.
c) Técnicos:
Desorganização
de ideias – Toda apresentação deve ter uma estrutura, ou seja, um
objetivo, um começo, um meio e um fim. Há pessoas que começam pelo meio,
terminam pelo começo e desenvolvem aquilo que deveriam deixar para o final. É
necessário aprender e desenvolver apresentações estruturadas e organizadas.
Vícios de
linguagem – Ou seja, excesso de “nés”, “tás”, “certos”, “percebes”,
“aaaa..” “eee...”. A audiência fica contando quantos desses vícios ocorreram e deixam de
prestar atenção no conteúdo da fala.
Dificuldade de
vocabulário – É até comum a pessoa querer dizer alguma coisa, ela tem a
ideia na cabeça, mas não consegue encontrar rapidamente a palavra para externar
esse pensamento.
Inadequação no
uso de Recursos Audiovisuais – Transparências ou lâminas excessivamente
carregadas, muitas informações de uma só vez, cores e contrastes de mau gosto, elegibilidade,
falta de clareza ou adequação em relação ao conteúdo.
Em síntese,
essas são as dificuldades mais comuns que ocorrem na comunicação das pessoas.
Além dessas, inúmeros outros pequenos problemas, desde prolixidade, excessiva
objetividade, postura arrogante ou prepotente ou, ao contrário, humilde demais.
O importante ao
fazer uma análise sobre os problemas de comunicação, é que a parte mais difícil
é justamente a descoberta desses problemas, pois a solução é relativamente simples,
dependendo apenas de destreza experimental e orientação adequada.
Descubra, portanto, quais são as suas dificuldades de comunicação, invista na
sua solução e esteja certo de que sua vida será bem melhor.
Reinaldo
Passadori é professor e Diretor do Instituto Passadori e especialista em
Desenvolvimento Humano e Comunicação Verbal