Uma pesquisa recente da revista Forbes entrevistou 50
bilionários para tentar descobrir qual a receita do sucesso. O resultado
surpreendeu. O principal ingrediente nada mais é que o trabalho duro. Essa foi
a resposta de quase 60% dos entrevistados, os quais afirmaram trabalhar, em
média, 60 horas por semana.
A pesquisa contraria o novo conceito de alguns dos homens
mais ricos do mundo: a redução da jornada de trabalho. Para Carlos Slim, o
segundo no ranking dos maiores bilionários do planeta, trabalhar três vezes por
semana seria o ideal.
Slim acredita que as pessoas precisam de mais tempo para divertir-se e que a
diminuição da carga horária ajudaria na melhora do desempenho e da
criatividade. Para Larry Page, CEO da Google, os colaboradores deveriam
trabalhar 20 horas por semana, quatro horas por dia. Page afirma que menos
trabalho é sinônimo de qualidade de vida.
Acredito em todos eles. Todos estão certos. E acrescento que
tudo isso depende da situação, da área de trabalho e, principalmente, do
objetivo de cada profissional. Toda vez que falamos sobre crescimento
profissional, penso na analogia das quatro rodas de um carro.
Por que um carro tem quatro rodas? Porque devido a sua
estrutura, se tivesse menos, não teria a estabilidade necessária para funcionar
adequadamente. Agora pense em você empurrando um automóvel quebrado, tentando
fazê-lo “pegar no tranco”. Se tentar pela diagonal, ele não andará muitos
metros. Já se empurrar com toda a força pela parte traseira, o que é mais
eficiente, a probabilidade de andar e “voltar a pegar” é maior.
As rodas equivalem a quatro princípios que considero
importantes para o desenvolvimento profissional: objetivo, organização,
motivação e autoestima. Ou seja, não creio que excesso de trabalho, puro e
simples, possa levar alguém a algum lugar. Acredito no trabalho desde que haja
um direcionamento.
Sem objetivos claros não chegamos a lugar algum. Portanto, é
imprescindível planejar. Para saber aonde quer chegar, precisa ter consciência
de quais são os passos necessários. Para se tornar médico, é preciso passar no
vestibular, fazer a faculdade, a residência e se especializar. Não dá para
começar pela especialização.
Planejar cada passo é a maneira certa para concretizar nosso
objetivo, por isso é importante atuar organizadamente. Cada coisa em seu tempo,
em seu lugar e em sua ordem natural. É preciso parar para pensar “onde estou
agora? qual o próximo passo?”. Sair por aí fazendo coisas aleatórias, atirando
para todos os lados sem definição e organização, não leva ninguém a lugar
algum.
Para agirmos com organização em prol dos nossos objetivos, é
necessário motivação. Não existe sorte, não existe azar. O que existe é a
disposição para fazer algo a fim de alcançar os resultados. A pessoa motivada
enxerga oportunidades onde outros podem ver somente fracassos. A ação faz
surgir a motivação.
Agir com confiança, com a certeza de que tudo será revertido
para o seu crescimento e sucesso, e valorizar cada passo e cada ação. Isso é
autoestima. Valorize suas falhas, seus valores, suas conquistas. Valorize o que
você é.
Dedicar-se, na minha visão, ainda é o fator fundamental para
o desenvolvimento pessoal e profissional. No entanto, é você que deve olhar
para sua situação atual e decidir se dedicar-se significa trabalhar por mais de
60 horas ou três vezes por semana. Não busque sorte onde não há dedicação.
Marcelo Cardoso é especialista em coaching, PNL
(Programação Neuro Linguística) e fundador da Arco 7.
http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/sucesso-profissional-sorte-ou-dedicacao/92042/