Colaboradores sentem falta da atenção da chefia e o problema
pode estar na capacidade de empatia e na qualidade da escuta, mais do que na
quantidade de horas dedicadas às equipes. Isso é o que afirma Eva Hirsch
Pontes, coach executiva responsável pelo estudo. Em parceria com a Cristina
Panella Planejamento e Pesquisa e a agência LeadPix, o levantamento foi
realizado em janeiro de 2014 com 1.200 profissionais, gestores e subordinados,
que divergem quando o assunto é a atenção dedicada pelos chefes a suas equipes.
Segundo a coach executiva, um gestor que desenvolve a
capacidade de escuta empática ajuda a construir, de forma mútua, a confiança e
o respeito, abrindo espaço até mesmo para expressar emoções, sentimentos e
encorajar a resolução de problemas. A atitude tem ainda forte impacto no
desempenho da equipe. Dados do levantamento revelam que se o gestor
disponibilizasse mais atenção, 43% dos subordinados se sentiriam mais
valorizados, 40% que ficariam mais motivados e 35% se sentiriam mais
confiantes.
Confira 5 dicas da especialista para desenvolver a escuta
empática:
1 - Mostre que está compreendendo o que está sendo ouvido
Demonstre que você entendeu perfeitamente o que os outros
estão sentindo, e que reconhece esses sentimentos. Frases mencionando o
sentimento percebido, e que abram espaço para o feedback, como “Você parece
animado (feliz, chateado...) em relação a esta situação; e eu gostaria de ouvir
mais sobre a sua perspectiva” costumam ser bastante eficazes.
"Não estamos sugerindo que os chefes achem a 25ª. hora
do dia para mais uma tarefa em sua rotina já atribulada, e sim que dediquem
mais cuidado à qualidade das interações que já têm com seus subordinados. É
importante que gestores percebam que foco em resultados e foco em pessoas andam
de mãos dadas", diz Eva.
2 - Assegure que está se lembrando do que está ouvindo
Um dos principais problemas achados na pesquisa foi em
relação à qualidade da conversa, e não sua duração. Embora 41% dos gestores
participantes afirmem que dedicam muita atenção aos funcionários, apenas 9% dos
subordinados consideram que recebem o mesmo nível de atenção dos supervisores
no ambiente de trabalho. As justificativas variam: para 15% dos colaboradores,
o gestor não tem paciência; 13% consideram o supervisor ausente; 10% acham que
o gestor é muito ocupado; 9% apontam que o chefe não se importa com o
funcionário; 8% atribuem a pouca atenção que recebem à falta de preparo e
experiência da chefia; e 6% culpam o tamanho da equipe.
Assegurar aos demais que você está se lembrando do que dizem
é fundamental para um atendimento de qualidade. Resumir em tópicos os pontos de
acordo e desacordo, as principais mensagens da conversa e algumas sugestões
para responder às demandas discutidas pode ser um bom caminho.
3 - Pense bem na hora de dar a resposta
Para garantir que os outros entendam que a verdadeira escuta
ocorreu, a resposta precisa ser apropriada. Para isso, o follow-up da conversa
é um passo importante. Essa garantia pode vir por meio da incorporação de
feedback e da realização de mudanças, colocando em prática promessas feitas em
reuniões, ou, se não for possível, explicar por que foi tomada outra decisão.
"A escuta empática está baseada em três pilares:
reconhecimento, processamento e resposta. Um bom ouvinte se coloca no lugar do
outro, processa toda a mensagem, identifica e reúne pontos importantes da
conversa, assim como responde ao que lhe foi dito por meio de ações
concretas", explica a especialista.
4 - Questione o que está sendo dito em busca de mais
informações
Os resultados da pesquisa demonstram que o sentimento de não
ser escutado, seja dentro ou fora do ambiente de trabalho é algo muito comum.
Quando questionados sobre a atenção de amigos ou colegas quando falavam sobre seus
próprios problemas, apenas 34% dos entrevistados afirmaram que se sentiam
ouvidos, ao passo que 63% acreditavam sempre dar atenção aos seus pares quando
solicitados da mesma forma.
Questionar de maneira aprofundada e buscar esclarecer ao
máximo o assunto discutido por meio da reformulação a partir do que compreendeu
do foi dito pelo outro mostra engajamento na conversa.
5 - Fique de olho no que seu corpo está dizendo
"Atentar para o tom de voz, expressões corporais e
sentimentos por trás de uma fala fazem parte das atitudes necessárias para que
a experiência seja claramente importante para os dois, abrindo espaço para uma
nova interação entre chefia e subordinados", diz Eva.
A linguagem não verbal também é muito importante. Por isso,
atenção às expressões faciais, contato visual e linguagem corporal. Respostas
eficazes podem incluir acenos de cabeça, e o uso de frases de reconhecimento,
como "Esse é um ótimo ponto!”.
“Os dados da pesquisa demonstram que a qualidade da atenção
investida com cada integrante da equipe é um fator fundamental para o
sentimento de valorização, com impacto na motivação e autoconfiança",
completa Eva.
http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/5-dicas-para-ouvir-melhor-o-que-os-outros-tem-a-dizer/87908/