Competência é uma das palavras da moda atualmente. Mas você
sabe o que ela significa? Segundo o Dicionário Aurélio, competência é "...
a capacidade decorrente de profundo conhecimento que alguém tem sobre um
assunto...".
No mundo dos negócios, o conceito não difere muito, e é
definido como sendo a soma de três componentes: Conhecimentos, Habilidades e
Atitudes. Conhecimento é o mesmo que "ter o saber". Ou seja, dominar
a teoria acerca de determinado tema. Já as habilidades são o "saber
fazer", ou seja, saber aplicar na prática aquilo que foi aprendido na
teoria. E as atitudes, por sua vez, significam "querer fazer".
Por
exemplo: imagine um pneu furado. Ao descer do carro, a primeira coisa a fazer é
sinalizar o local com o triângulo. Após isso, deve-se fixar o macaco, do lado
do pneu furado, é claro, no local apropriado, para que a lataria não amasse.
Esse é o conhecimento. Mas não adianta saber na teoria como fazer e na prática
não possuir a destreza necessária para executar os passos. Essa é a habilidade.
Deter o conhecimento e a habilidade são suficientes para
dizermos que alguém é competente na tarefa de trocar pneus, certo? Errado. Tudo
isso de nada serve se o sujeito não tem a atitude de descer do carro e
"meter a mão na massa" ao invés de mandar sua mulher fazer, na chuva.
Atualmente, há carência de mão-de-obra em diversos setores
no país. Porém, nunca se formaram tantos profissionais nos ensinos técnico e
superior. É fato que alguns ramos da economia desenvolveram-se de tal maneira
que o número de formandos não é suficiente para suprir as vagas abertas. No
entanto, há áreas em que o problema é outro.
Vejo, de um lado, muitas empresas que não conseguem
preencher suas vagas por falta de mão-de-obra preparada. Do outro lado,
profissionais, aos montes, com dificuldade em conseguir oportunidades.
Mas, se há oferta e há procura, qual o real problema, então?
Acontece que muito da preparação dos profissionais, se não toda ela, é voltada
para o desenvolvimento de competências técnicas. Isso ocorre tanto em função de
a grade das escolas não contemplar o desenvolvimento comportamental quanto em
função de o profissional buscar, na maioria das vezes, adquirir apenas
competências técnicas.
E o que são competências técnicas e comportamentais?
Competências técnicas são aquelas relacionadas ao que você saber fazer. São
exemplos de competências técnicas:
- Operar uma máquina.
- Utilizar o Power Point, o Excel, o Windows.
- Dirigir um veículo.
- Desenhar uma planta construtiva.
- Realizar cálculos.
- Fazer um planejamento.
- Elaborar uma palestra.
Já as competências comportamentais são as ligadas a, como o
próprio nome diz, comportamentos adotados no dia a dia. Podemos citar como
exemplos:
- Pro-atividade.
- Relacionamento interpessoal.
- Negociação.
- Criatividade.
- Agilidade.
- Adotar comportamento seguro.
- Trabalho em equipe.
- Saber ouvir.
- Foco em resultado.
São centenas as competências possíveis, tanto técnicas
quanto comportamentais. Não se espera que você apresente algum número próximo
disso. Pelo contrário, um bom profissional apresenta cerca de 20 competências
razoavelmente desenvolvidas.
Mas voltando ao nosso problema, decorre dele que as empresas
deveriam, para suprir a lacuna citada, investir no preparo comportamental de
seus profissionais. Entretanto, são poucas as que o fazem: o desenvolvimento de
competências comportamentais é lento e caro, e o argumento mais comum, em minha
opinião equivocado, é: "Não vou investir no funcionário, pois quando ele
fica do jeito como queremos, acaba saindo da empresa".
Isso, obviamente, é uma visão míope que não permite enxergar
o círculo virtuoso que é criado a partir daí: o desenvolvimento dos
colaboradores torna-os, sim, por um lado, mais caros, pois profissionais
diferenciados passam a ser mais requisitados pelo mercado, fazendo com que a
empresa tenha de remunerá-los melhor, motivá-los de formas criativas etc., para
mantê-los em seu quadro. Por outro lado, é notório que trazem resultados que
compensam, e muito, o investimento neles feito.
Então, o que fazer? Bem, olhando do lado do profissional,
esta é uma ótima oportunidade de se diferenciar em relação aos seus
"concorrentes". Uma vez que muitas dessas competências não são tão
comuns de se encontrar na maioria dos profissionais, desenvolvê-las torna-se
uma grande vantagem competitiva em busca de um ótimo emprego.
E como fazê-lo? Há diversas formas de se desenvolverem
competências comportamentais. É possível, por exemplo, que o profissional tenha
autoconhecimento e autodisciplina suficiente a ponto de saber quais
competências precisa desenvolver e como adotar esses novos comportamentos com o
passar do tempo. Esse é o chamado autodesenvolvimento, raríssimo.
Outra forma é através de treinamento e desenvolvimento
promovido pela própria empresa. Por isso, ao escolher o lugar onde trabalhará,
verifique se a organização oferece desenvolvimento de competências aos seus
funcionários. Isso mostra que ela investe nos seus colaboradores, algo que
certamente agregará muito ao seu perfil profissional.
E, por último, a forma provavelmente mais eficaz de
desenvolvimento de competências: o coaching. Segundo a enciclopédia
digital Wikipedia, "Coaching é um processo definido com um acordo
entre o coach (profissional) e o coache e (cliente) para
atingir a um objetivo desejado pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na
busca de realizar o objetivo, ou seja, as diversas metas que somadas levam o
coache e ao encontro ao seu desejo maior estabelecido dentro do processo de
coaching. Isso é feito por meio de reflexões e posterior análise das opções e
da identificação e uso das próprias competências, como o aprimoramento e também
o adquirir de novas competências, além de perceber, reconhecer e superar as
crenças limitantes, os pontos de maior fragilidade".
O fundamental é conhecer o conceito de competência, saber
quais são as mais requisitadas pelo mercado, o que fazer para desenvolver
aquelas que o profissional ainda não possui e, principalmente, ter a atitude de
buscar esse desenvolvimento.
Em artigos futuros, listarei algumas competências
comportamentais que penso serem fundamentais para o sucesso de qualquer
profissional, em qualquer área, nos dias atuais. Aguardem e até logo!
Por: Cleber Andriotti Castro para o RH.com.br