Se antigamente era comum a uma pessoa terminar seus estudos,
conseguir um emprego e nele ficar por toda a vida, até a sua aposentadoria,
hoje são cada vez mais raras histórias de longevidade em uma mesma organização.
Segundo a pesquisa "Contratação, Demissão e Carreira dos Executivos
Brasileiros", da Catho Online, apenas 25% dos entrevistados está na mesma
empresa há mais de cinco anos. Isso ocorre, principalmente, em função da busca
cada vez maior por desafios e novidades por parte dos profissionais, sobretudo
os jovens.
Entretanto, se a longevidade no mesmo local de trabalho é cada vez menor, é
fato que apenas uma minoria dos profissionais prepara-se para o futuro. O mais
comum é que o profissional lembre-se do seu currículo somente ao ser demitido
ou quando está insatisfeito na empresa onde trabalha e deseja mudar de emprego.
É aí que aparece a figura do plano de carreira, que consiste, antes de qualquer
coisa, em um conjunto de ações a serem tomadas que permitam que os passos de
sua vida profissional sejam, na sua maioria, em um sentido ascendente, rumo ao
crescimento.
Basicamente, o planejamento é composto por três partes: a primeira diz respeito
onde você se encontra atualmente, com relação ao cargo ocupado, remuneração,
competências que possui, formação acadêmica e histórico profissional. A
segunda, é relacionada aonde se quer chegar, quais seus objetivos em curto,
médio e longo prazos. Por exemplo: "ser o diretor de uma grande
empresa", ou "ser o dono do meu próprio negócio". E a terceira -
quais os passos necessários para que seus objetivos sejam atingidos, ou seja, o
caminho a ser percorrido.
Na formulação dos objetivos, é necessário muito bom-senso. Acima de tudo, o
plano deve ser factível, sob pena de o profissional desmotivar-se com o passar
do tempo em função de metas inatingíveis, fazendo com que as deixe de lado.
Dito isso, alguns aspectos devem ser considerados na elaboração e,
principalmente, na execução do planejamento.
Procure organizações para trabalhar que compartilhem com os mesmos valores e
objetivos que possui. Por exemplo, uma empresa de administração extremamente
centralizadora, cujas decisões devam todas obrigatoriamente passar pelo
presidente ou pela diretoria pode ser um ambiente extremamente frustrante para
aquele que deseja colocar em prática sua criatividade.
Além disso, é muito importante estar sempre atualizado com as técnicas
requeridas pelo cargo que deseja ocupar. Participar frequentemente de cursos,
palestras e feiras é fundamental, além de proporcionar novos e ricos contatos.
Mas é primordial escolher aqueles que realmente tenham a ver com seus objetivos
profissionais, para que tempo e dinheiro não sejam desperdiçados.
Cuide da sua network. Termo tão difundido nesses últimos anos, conheci poucos
profissionais que realmente têm uma network eficaz, ou seja, que traz
resultados positivos à sua carreira. Desenvolver uma boa rede de contatos não é
disparar para todos os lados, adicionando todos, conhecidos ou não, a suas
redes sociais como "amigos". Uma boa network tem contatos em número
suficiente para que você, ao necessitar, consiga ajuda para, por exemplo,
recolocar-se no mercado. Mas não deve ser grande o bastante que não permita um
contato frequente com cada pessoa da sua rede. Afinal, pedir uma indicação de
emprego para aquele colega com quem você não fala há dez anos pode ser uma
situação desagradável para ambos os lados, além de improdutiva.
Também é muito importante ter em mente que a network não deve servir apenas
para pedir ajuda nos tempos difíceis. Atitudes como indicar uma vaga àquele
colega que necessita de recolocação, ou direcioná-lo a um cargo que acredite
estar de acordo com o perfil dele fazem parte de um rol que demonstram a
intenção de ajudar, o que pode ser muito benéfico futuramente.
O mercado deve vir atrás do profissional, e não o contrário. Por isso, é
fundamental estar constantemente em evidência, mantendo perfis nas redes
sociais atualizados e publicando frequentemente conteúdo de sua autoria que
mostre suas competências aos leitores. Lembre-se: em busca constante por
talentos, praticamente todos os selecionadores participam dessas redes e estão
atentos ao que muitas pessoas escrevem.
E, por último, reavalie seu plano anualmente. É comum que não se atinjam os
resultados esperados, no prazo determinado, com o custo previsto. Ele deve,
portanto, ao menos uma vez ao ano, ser revisto e readequado, em função de novas
metas ou de objetivos não cumpridos ou, ao contrário, superados.
Essa ferramenta tem um forte fator motivacional e, aliada à escolha de uma área
em que realmente goste de trabalhar, pode torná-lo, realmente, um profissional
de destaque. Utilize-a com sabedoria e tenha muito sucesso!
Por: Cleber Andriotti Castro