Entre os relacionamentos que temos na vida, os de trabalho
são diferenciados por dois motivos: um é que não escolhemos nossos colegas,
chefes, clientes ou parceiros; o outro é que, independentemente do grau de
afinidade que temos com as pessoas do ambiente corporativo, precisamos
funcionar bem com elas para realizar algo juntos.
Esses ingredientes da convivência no trabalho nos obrigam a
lidar com diferenças de opinião, de visão, de formação, de cultura, de
comportamento… Fazer isso pode não ser fácil, mas é possível se basearmos
nossos relacionamentos interpessoais em cinco pilares: autoconhecimento,
empatia, assertividade, cordialidade e ética.
Autoconhecimento – Fundamental para administrar bem os
relacionamentos, autoconhecimento implica reconhecer nossos traços de
comportamento, o impacto que nos causamos outros e que comportamentos dos
outros nos incomodam. Por exemplo: uma pessoa objetiva e dinâmica, que gosta de
agir com independência e rapidez para atingir seus objetivos, pode ter
conflitos na interação com um colega de perfil mais cauteloso e metódico, que
segue regras à risca e tem um ritmo mais lento por se preocupar com detalhes.
Porém, se pelo menos um dos dois tiver autoconhecimento, pode utilizar
estratégias que minimizam o conflito com o outro.
Empatia – Trata-se de considerar os outros, suas
opiniões, sentimentos e motivações. Sem isso, não há como chegar a uma
negociação ganha-ganha, fruto de um relacionamento equilibrado. A empatia
também nos torna capazes de enxergar além do próprio umbigo e ampliar nossa
percepção da realidade com os pontos de vista dos outros. Entre as várias
coisas que se pode fazer para praticá-la, a mais básica é saber ouvir.
Assertividade – Para ter relacionamentos saudáveis, não
basta ouvir: é preciso também falar, expressar nossas opiniões, vontades,
dificuldades. É aí que entra a assertividade, a habilidade para nos expressar
de forma franca, direta, clara, serena e respeitosa.
Cordialidade – Tratar as pessoas com cordialidade é ser
gentil, solícito e simpático, é demonstrar consideração pelo o outro de várias
formas. Pode ser com o “bom dia” com que saudamos o destinatário de nossa
mensagem de e-mail, com o ato de segurar a porta do elevador para alguém
entrar ou apanhar do chão um objeto que o colega deixou cair. Dizer
“obrigado” olhando a pessoa nos olhos, oferecer-se para prestar uma
ajuda, cumprimentar aquele com quem cruzamos no corredor, mesmo saber seu
nome… A cordialidade desinteressada, que oferecemos por iniciativa própria, sem
esperar nada em troca, é um facilitador do bom relacionamento no ambiente de
trabalho.
Ética – Ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os
outros, não quebrem acordos e não contrariem o que se considera certo e justo.
Podemos ter muito autoconhecimento, ser altamente empáticos e assertivos, mas,
se não nos conduzirmos pela ética, não conseguiremos manter relacionamentos
equilibrados.
Fortalecer esses pilares traz melhorias não só para nossas
interações no trabalho, mas também para as de outras áreas da vida – familiar,
afetiva, social, de amizade. Vale a pena investir nisso – afinal, os
relacionamentos são a melhor escola para o nosso desenvolvimento pessoal.