Assumir um risco significa extrapolar sua zona de conforto e
fazer alguma coisa sem garantias. Significa dar ouvido ao borbulhar, prestar
atenção nas bolhas internas da excitação. Honrar a luz em seus olhos.
Significa que você está fazendo uma coisa que não é lógica,
racional, nem sensata, mas sim, intuitiva. Significa ir contra o bom senso
tradicional e realmente dar ouvidos ao canto de seu coração.
Assumir um risco não é imprudência, mas também não é
necessariamente sempre sensato. Em geral, fica mais ou menos no meio dos dois.
Os rompedores de barreiras são pessoas cheias de propósitos,
que acolhem a aventura e ficam forçando a si mesmas a sair de seu conforto
estabelecido e entrar em zonas de alta realização. Elas são pessoas que
aprendem a superar a força amortecedora do hábito e da rotina em suas vidas,
pessoas que transcendem o "bom o bastante" e aprendem como exigir o
melhor de si mesmas com frequência.
Correr riscos requer autoconfiança e disposição para cometer
erros. Se todas as expectativas se realizam ou não, há sempre uma exuberância
de coisas a aprender com a experiência. Como você saberá que deve assumir um
risco? Quando o chamado da emoção for tão poderoso quanto um imã, quando
dominar você e não soltar mais, quando você estiver pronto e disposto a aceitar
o resultado que vier.
É assim que você saberá que é a hora da virada. Entre o
mundo seguro em que você está e a nova vida que deseja criar existe um abismo.
Cabe a você construir a ponte inicial entre esses dois mundos. O desafio
aparece depois de feito o que se tem de fazer.
Aí você descobre que depois de tudo o que fez - todo o
raciocínio, a pesquisa, a avaliação e a tomada de decisão - não pode saber de
nada até entrar na experiência.
O último centímetro, ou quilômetro é a zona desconhecida.
Você só pode conhecer a resposta abandonando o que sabe e mergulhando fundo. É
nesse momento que temos a sensação de estar pulando no vazio. Quando você ergue
o pé da frente para avançar, o de trás precisa sair do chão antes do outro
descer para a terra novamente.
Essa sensação de "perder o chão" é o momento em
que assumimos o risco. Sem nada embaixo, e sem nada em que se agarrar. É
preciso confiar totalmente em si mesmo. A sensação é a mais próxima possível de
um voo emocional.
O anúncio da Nike diz: "Simplesmente faça!" Claro
que é mais fácil falar do que fazer, mas existe um ponto em que não resta mais
nada a fazer. Depois de satisfazer a necessidade de informação e de
conhecimento, responda todas as perguntas que estão na sua cabeça, peça a opinião
de todas as pessoas que conhece, procure na Internet, leia tudo o que lhe cair
nas mãos. É a hora de ir fundo ou desistir.
Charles Lindbergh não desistiu quando decidiu voar sobre o
Atlântico, sozinho, num avião monomotor. Será que ele teve medo? Certamente ele
teria se nunca tivesse voado antes ou se não soubesse nada sobre aviões; talvez
ele tivesse um bom motivo para ficar ansioso. Ele certamente seria considerado
um tolo caso se decidisse fazer a viagem sem um planejamento prévio. Mas nenhum
destes fatores aconteceu no caso de Lindbergh.
Ele era um piloto e mecânico experiente que passava meses
supervisionando, pessoalmente, a construção de seu avião. Ele participou do
planejamento de cada detalhe de seu vôo histórico.
O resultado final foi uma viagem segura, cumprida antes do
tempo previsto e com combustível sobrando.
De certa forma, "Lindbergh sortudo" criou a sua
própria "sorte". E você? Se resolver que a oportunidade não serve
para você, deixe passar. Se resolver que quer aproveitá-la, então se aventure nesse
mundo desconhecido e assuma o risco. Está preparado para dar esse salto?
"Solidão é o modo que o destino encontra para levar o
homem para si mesmo."