Além do capital humano,
material e financeiro
agora também surge o "capital erótico" nas
corporações; - estudos confirmam que "beleza
também põe mesa"; -
sedução no mundo corporativo
ganha um olhar mais acadêmico e prático.
O livro “Capital Erótico –
Pessoas atraentes são mais bem sucedidas. A ciência garante” da cientista
social e escritora Catherine Hakim, editado no Brasil pela best.business, tem provocado, além de muita curiosidade, debates,
análises, descobertas e interrogações, tanto na vida social como corporativa.
Desde que em 1983 o sociólogo
francês Pierre Bourdieu concluiu que os capitais econômico, cultural e social
são os atributos pessoais que mais ajudam o indivíduo a se destacar,
profissional e socialmente, nada de novo, neste campo do conhecimento, havia
surgido.
Mas em 2010, Catherine Hakim
surpreendeu o mundo com um quarto atributo, por ela designado como “capital
erótico”. Descrito como um misto de beleza, charme, elegância e ‘sex appeal’.
Segundo a autora, estamos
acostumados a valorizar o “capital humano”, como um conjunto de habilidades que
envolvem qualificações, instrução e experiência para um bom desempenho
profissional.
Mas ela considerou que todos
estes indicadores são insuficientes para avaliar pessoas que obtém sucesso,
tanto na vida social como profissional. Razão pela qual cunhou a expressão
“capital erótico”, que leva em conta “a união de atrativos físicos e sociais
que torna alguns homens e mulheres companhias agradáveis e bons colegas,
atraentes para todos os membros de sua sociedade e, especialmente, para o sexo
oposto.”
Considerando que o “capital
erótico” é multifacetado, a autora desenvolveu seis elementos para o mesmo. A
saber:
- A beleza sempre foi um elemento
central, a despeito das variações culturais e temporais em relação ao que a
constitui.
- Um segundo elemento é a
atratividade sexual, que pode ser bastante diferente da beleza clássica. Ela
tem a ver com um corpo sexy.
- O terceiro elemento é social,
pois envolve graça, charme, capacidade de interação; a habilidade de conquistar
pessoas, deixá-las felizes e à vontade, gerar interesse e, quando for
apropriado, desejo.
- O quarto elemento é o
dinamismo, um misto de boa forma física, energia social e bom humor.
- O quinto também é social, pois
envolve o estilo de vestir, maquiagem, perfume, joias ou outros adornos, corte
do cabelo e acessórios de uma forma geral.
- O sexto, e último elemento, é a
própria sexualidade: competência sexual, energia, imaginação erótica, diversão
e tudo o mais que compõe um parceiro sexualmente satisfatório.
Segundo Catherine Hakim, “para os
homens, assim como para as mulheres, todos os seis elementos contribuem para
definir o capital erótico. Sua importância relativa normalmente difere entre os
sexos, e varia entre culturas e em diferentes séculos.”
No capítulo “A política do
desejo”, a autora afirma que “mesmo em situações nas quais há pouco ou nenhum
desequilíbrio de gênero no capital erótico, o déficit sexual masculino continua
influenciando relações entre homens e mulheres, tanto na vida pública quanto na
pessoal. O princípio do menor interesse e o excesso de demanda masculina por
mulheres atraentes aumentam o valor do capital erótico feminino. O
desequilíbrio no interesse sexual concede às mulheres uma enorme vantagem nos
relacionamentos íntimos – caso reconheçam este fato.”
Embora a autora analise o
fenômeno de uma forma bastante ampla, na perspectiva social, é possível
observar o quanto todos estes fatores vêm ganhando importância no universo do
mundo corporativo.
Afinal, boa parte do tempo de
convivência, além dos relacionamentos mais intensos entre as pessoas, ambos
ocorrem no mundo do trabalho. Condição em que o “capital erótico” emerge com
muita facilidade.
O estudo também permitiu concluir
que muitos profissionais, que se rotulam como “casados” com a carreira ou a
empresa, e sem tempo ou habilidade para envolvimentos afetivos, tendem a se
tornar clientes do “sexo pago” ou “garotas de programa”.
Manifestam claramente que o
desejo erótico pode ser resolvido sem qualquer entrega afetiva, e, menos ainda,
algum compromisso com um futuro compartilhado. Panorama este que pode ainda ser
ampliado pelo crescimento dos relacionamentos virtuais, ou seja, sem qualquer
envolvimento físico, mas apenas repleto de fantasias. À distância e preservado
por “personagens” fictícios.
O livro merece ser lido pela
seriedade, volume de informações, estilo agradável e mais ainda ao
considerarmos o quanto o relacionamento humano vem se transformando neste
século.
Acesso em 23/08/2013. URL http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/capital-erotico-ganha-importancia-na-vida-e-carreira/72439/
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