As demandas dos servidores públicos cada vez mais se
assemelham àquelas que vemos na iniciativa privada, e isso não deveria causar
estranheza, pois na essência, são pessoas que atuam em uma instituição.
O mundo está em constante mudança e diante disso, decretos
como o de nº. 5.707/2006 (discorre sobre obrigatoriedade do desenvolvimento dos
servidores sob três aspectos: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes), ganham
cada vez mais força no cenário público. Trata-se de um desafio grandioso e
trabalhoso, pois estamos falando de uma mudança de cultura que envolve desde os
níveis mais altos até a base da hierarquia institucional e, como que está
relacionado à cultura não se muda "da noite para o dia", esta é uma
engrenagem que não deixará nunca de funcionar.
No entanto, há outros desafios e metas a serem alcançados
além é claro, daqueles definidos pelos órgãos superiores e/ou de controle. Nas
conversas que tenho tido com servidores públicos de norte a sul do país,
percebo que a essência das demandas passa por um mesmo núcleo de mudanças. São
estes os elementos:
- promover melhorias significativas na comunicação tanto
externa quanto interna (a segunda, muitas vezes tem vindo em primeiro plano);
- apresentar aos seus servidores de forma concreta as
vantagens de manter-se nesta ou naquela instituição, evitando assim a evasão
promovida pelos famosos "concurseiros";
- promover a integração profissional entre profissionais de
gerações não apenas diferentes, mas com formas de pensar tão diferentes e
vindos de concursos promovidos com muitos anos de diferença;
- por fim, e sem dúvida o mais importante de todos os
desafios: desenvolver os gestores de todos os níveis (estratégico, tático e
operacional) para lidar com todas as mudanças citadas neste texto.
Este último tópico é, sem dúvida, o mais desafiador de todos
os objetivos. Reforço aqui que não é algo perseguido apenas pelas instituições
públicas, é um desafio diário também das empresas privadas. São os gestores que
farão o elo de ligação entre os profissionais de gestão de pessoas e os seus
liderados ou ainda, o elo de ligação entre o nível mais elevado com a base da
pirâmide hierárquica. Se estes profissionais não atuarem com todos estes
objetivos "debaixo do braço", certamente o motor da instituição
perderá não apenas força, mas também excelente profissionais, credibilidade e
etc. Caso isto aconteça. O cenário será de desgaste, stress, número elevado de
licenças médicas concedidas, retrabalhos constantes e etc.
Não vamos deixar que isso aconteça! Precisamos trabalhar
arduamente, entendendo que estamos vivendo a mudança. O que queremos deixar
para as próximas gerações? Vamos deixar um legado de desenvolvimento, de construção
e aprendizado coletivos, um ambiente que propicie o crescimento.